Um levantamento divulgado pelo instituto Nexus Pesquisa e Inteligência de Dados revelou que a opinião pública com relação à regulação das plataformas de redes sociais é, em geral, positiva. Seis a cada dez entrevistados se manifestaram a favor de projetos que sigam nessa direção, e outros 29% são completamente contrários.
Apesar do apoio geral à regulação, metade dos entrevistados que se manifestaram a favor mudaram de opinião quando confrontados com o argumento levantado por deputados da oposição de que isso poderia resultar em uma restrição à liberdade de expressão. “Na prática, os números mostram o forte efeito que a narrativa dos opositores, de que a regulação fere a liberdade de expressão, tem sobre importante parcela da população, reduzindo drasticamente o apoio à imposição de regras às redes sociais”, disse o da Nexus, Marcelo Tokarski.
Pontos chave da regulação voltam a ter apoio quando expostos de forma desassociada da matéria em si: 78% dos entrevistados concordam que as plataformas precisam ter maior responsabilidade por suas atividades. 64% enxergam a regulação como uma importante forma de combate à desinformação, e 61% a reconhecem como instrumento fundamental para enfrentar a disseminação de discurso de ódio.
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Sobre a política de moderação de conteúdo, 73% dos entrevistados reconhecem a importância da checagem de dados por parte das plataformas para deter notícias falsas e discurso de ódio, mas 65% defendem que a checagem seja feita pelos usuários, como ocorre nos sistemas de notas da comunidade, para evitar restrições à liberdade de expressão.
Tokarski acrescenta que, para que a ala favorável à regulação consiga avançar na defesa do tema, terá de “encontrar meios de explicar para as pessoas que a regulação não pretende limitar a liberdade de expressão, mas sim combater conteúdos discriminatórios, falsos ou que contenham
desinformação”.
A pesquisa foi feita com 2 mil consultas entre os dias 10 e 15 de janeiro com pessoas de todos os estados, a partir de 16 anos. A margem de erro foi estimada em dois pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.