O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (PSDB), declarou que votará no ex-presidente Lula (PT) neste segundo turno presidencial. “É óbvio de que lado eu vou estar. É óbvio que minhas divergências são profundas [com o governo Jair Bolsonaro]. Óbvio que meu voto estará no outro campo que não o do presidente Bolsonaro”, disse em entrevista ao Estúdio i, da Globonews, nesta quarta-feira (19).
Rodrigo Maia reiterou que diverge em diversos campos com a gestão do presidente Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição. “É óbvio que meu voto será, depois de 33 anos, a última vez que votei no presidente Lula foi em 1989, será mais uma vez naquele que eu acredito que vai afirmar os valores democráticos, que vai preservar o nosso meio ambiente, que é um grande ativo que a gente tem, e que principalmente vai olhar para os mais pobres”, disse.
Rodrigo Maia foi presidente da Câmara durante os dois primeiros anos do governo Bolsonaro. Filiado na época ao extinto Democratas (hoje União Brasil após a fusão com o PSL), Maia teve uma gestão marcada pela tentativa de independência da Câmara ao Executivo, desagradando o presidente. Publicamente, tanto Bolsonaro como Maia criticavam-se mutuamente.
Leia também
Expulso do DEM por atritos com a cúpula do partido, em junho de 2021, Rodrigo Maia se filiou ao PSDB em março deste ano. No partido, uma de suas missões era ajudar na construção da campanha presidencial do ex-governador de São Paulo João Doria. O projeto, no entanto, não foi para a frente.
Recentemente, mesmo licenciado da função de deputado federal pelo Rio de Janeiro, Rodrigo Maia se envolveu em mais uma polêmica com Bolsonaro. Em um debate, Bolsonaro citou que o orçamento secreto tinha origem na gestão de Maia na Câmara. O parlamentar, então, gravou um vídeo em sua defesa e colocou a gestação do orçamento no colo do presidente.
Conversas com o MDB
Na entrevista ao Estúdio i, Rodrigo Maia também defendeu conversas entre o PSDB e o MDB. Apesar de não falar em fusão, o tucano disse que o partido precisa reorganizar suas forças após as eleições deste ano. O PSDB, que hoje é federado com o Cidadania, saiu de 22 deputados para 13 nesta eleição. Se a soma for levada em consideração o Cidadania, são 29 e serão 18 a partir de 2022, ou seja, 11 deputados a menos.
Publicidade“Existe a necessidade de uma reorganização do PSDB e de suas forças em uma aliança com outros partidos. Eu espero uma reaproximação com o MDB e com outros partidos que tenham sinergia histórica, apesar da história do PSDB seja justamente uma ruptura com o MDB lá trás. Mas o MDB do deputado Baleia Rossi (SP) e da senadora Simone Tebet (MS) é um partido que vem se modernizando”, defendeu.