A reunião da Executiva Nacional do PSDB com o pré-candidato João Doria, ex-governador de São Paulo, para tratar da situação do partido na eleição presidencial deste ano deve ficar para a semana que vem. A decisão de marcar um encontro da cúpula tucana com o Doria foi tomada durante a reunião da última terça-feira (17).
A nova data deverá levar em consideração a agenda do pré-candidato e dos integrantes da cúpula. Para não comparecer ao encontro, João Doria alegou “conflitos na agenda”. Segundo a assessoria, o ex-governador teria compromissos pré-agendados em São Paulo nesta quarta-feira.
O partido esteve reunido em Brasília para discutir a posição a ser adotada sobre as eleições em outubro deste ano. A sigla discutiu se teria, ou não, um nome para disputar à Presidência.
Durante o encontro, os aliados concluíram que o nome de Doria não teria grandes chances na corrida presidencial. Membros da Executiva Nacional, como o deputado Aécio Neves, afirmaram que a retirada da candidatura de Doria seria o melhor caminho para o partido, como um “gesto de grandeza”.
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“Tenho expectativa ainda que, quem sabe num gesto de desprendimento e de grandeza, o próprio ex-governador João Doria possa construir essa saída, que é o sentimento majoritário da reunião de hoje”, disse.
Terceira via
PublicidadeAinda nesta quarta, o PSDB deverá se reunir com os partidos do MDB e Cidadania. No encontro, será apresentada a pesquisa feita pelo Instituto Guimarães, a pedido das legendas, sobre a viabilidade das candidaturas de João Doria (PSDB) e Simone Tebet (MDB) à Presidência da República.
A data de hoje, 18 de maio, previa o anúncio de uma chapa única, no entanto foi adiado pelo PSDB após a reunião da executiva nacional do partido. Os tucanos querem primeiro chegar a um acordo com o ex-governador.
Racha no partido
O clima dentro na cúpula do PSDB é descrito como “tenso” desde o último domingo (15), quando ex-governador de São Paulo João Doria encaminhou uma carta ao presidente da sigla, Bruno Araújo, subindo o tom e cobrando respeito ao resultado da eleição interna da legenda que o definiu como pré-candidato do PSDB ao Palácio do Planalto.
Ao Congresso em Foco, ex-deputado Marcus Pestana, pré-candidato do PSDB ao governo de Minas Gerais, afirmou que, caso a sigla retire a candidatura de Doria, o partido pode “rachar ao meio”.
“Caso não tenhamos candidatura própria, o PSDB, que sempre teve papel protagônico nas eleições presidenciais desde 1989, irá rachar ao meio, perder a identidade e o seu espaço na sociedade como referência política e ideológica para parcela da população. Virará mais um partido qualquer na atual sopa de letrinhas partidária”, disse.
Pelo acerto feito entre o PSDB, o MDB e o Cidadania, a definição de um nome único da terceira via se daria a partir da análise de pesquisas quantitativas e qualitativas. E essa é a resistência de Doria. Em pesquisas quantitativas, ele aparece à frente da pré-candidata do MDB, senadora Simone Tebet (MS).
Mas pesquisas qualitativas apontariam que Simone tem perspectivas de crescimento por se apresentar como uma novidade no pleito, enquanto Doria é mais conhecido e enfrentaria maior rejeição. A desconfiança de que tal tipo de argumentação poderia resultar na perda de apoio a seu nome fez Doria reagir, ameaçando inclusive ir à justiça para que o resultado das prévias internas do PSDB, que ele ganhou, fossem respeitadas.
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