– E se não fizer a cirurgia, doutor?
– A doença vai se fortalecer cada vez mais e vai lhe matar.
– Mas para mim, que não gosto de tomar esse remédio que o senhor disse que vou ter de tomar depois da operação, é muito ruim. Além da dor nos cortes da cirurgia, o gosto dos remédios é horrível, dizem que a gente fica com náuseas, as injeções doem para burro…
– Você é o dono do seu destino, amigo. Portanto, decide sua vida, seu futuro. Há momentos em que precisamos tomar uma decisão dolorosa. Mas faz parte da vida e é melhor do que morrer, não é mesmo?
O diálogo acima já foi ouvido por muita gente em algum momento da vida. Repito-o aqui referindo-me à eleição do próximo dia 30. Até hoje muita gente acha que a disputa está sendo travada entre Jair Messias Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva. Não é nem de longe. A disputa é entre um projeto fascista – que poderia ser liderado por qualquer outro político de extrema-direita que não fosse Bolsonaro. E um projeto de futuro, mesmo com suspeitas de manchas de corrupção deixadas no passado, representado por Lula. Só que o momento é de extirpar o tumor, arrancá-lo de uma vez para que não cause um mal maior se vier a se fortalecer com votos no dia 30. Como já escrevi em outras ocasiões, se não gosta de Lula, feche o nariz, crave o 13 e aguente o tranco. Mas, se preferir morrer, o problema é seu.
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A alguns interlocutores que não suportam Lula, tenho recomendado que o momento é o de arrancar o tumor ou deixá-lo crescer até a morte do paciente. E ofereço uma sugestão: se o momento é o de arrancar Bolsonaro do poder para evitar um mal maior, o jeito é suportar o que poderia ser considerado um mal “menor”. Então, a saída é votar em Lula para derrotar Bolsonaro. E depois, se achar que deve, ir para a oposição ao PT e aos partidos que estão lhe dando apoio.
PublicidadeSe alguém, em sã consciência, tiver uma alternativa ao que proponho, que a apresente. Essa alternativa até existiu timidamente no primeiro turno quando tentou-se uma terceira via com Tebet ou Ciro. Mas ela não conseguiu ser construída e mal conquistou algumas migalhas de votos. Agora não há alternativa. É sobreviver com sequelas mas sobreviver. Ou manter Bolsonaro e pedir pra seguir o enterro.
Simples assim.
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