Em nenhuma hipótese, o PSB cogita retirar o apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência. De acordo com uma fonte do PSB ao Congresso em Foco Insider, o apoio a Lula é uma decisão tomada e irreversível. Mas a possibilidade formação da federação envolvendo os socialistas, os petistas, o PCdoB e o PV ficou de fato ameaçada após a reunião dos quatro partidos na quinta-feira (10).
A candidatura ao governo de São Paulo é o ponto central do impasse, mas não o único. No ano passado, fora feita a proposta de realização de uma pesquisa para testar os nomes do ex-governador de São Paulo Marcio França, do PSB, e de Fernando Haddad, ex-candidato do PT à Presidência em 2018. Pela proposta, quem aparecesse na frente nessa pesquisa seria o candidato e o outro o apoiaria. Tal pesquisa seria feita em maio ou junho. No ano passado, a executiva do PT deu sinais de aceitar a proposta. Mas agora, mesmo as pesquisas atuais indicando vantagem de Haddad, os petistas não querem discutir a hipótese de ceder a candidatura a França em nenhuma hipótese.
O conteúdo deste texto foi publicado antes no Congresso em Foco Insider, serviço exclusivo de informações sobre política e economia do Congresso em Foco. Para assinar, entre em contato com comercial@congressoemfoco.com.br.
Leia também
Outros impasses
A falta de solução para esse impasse central está fazendo crescer também outros impasses. No Espírito Santo, o governador Renato Casagrande sempre resistiu à ideia de união com Lula. Chegou a defender o apoio do PSB a Ciro Gomes, do PDT, e terá na próxima semana um encontro com Sergio Moro, do Podemos.
Mesmo em São Paulo, há outros problemas além da candidatura agora ao governo. A deputada Tábata Amaral, do PSB, tem dificuldades com o PT, e o desejo de ser candidata a prefeita de São Paulo em 2024. Teme ver suas chances diminuídas caso se forme a federação. Em Pernambuco, o deputado Danilo Cabral, que será candidato a governador, não tem problemas com o PT. Mas o deputado João Campos, do PSB tem, pelas questões familiares com Marília Arraes, do PT.
De acordo com a fonte, a falta de solução em São Paulo está fazendo eclodir esses novos impasses. A questão da proporcionalidade no colegiado que se formaria com a federação também não está resolvida, o PSB e demais partidos querendo um formato que diminua a hegemonia total que o PT teria nas decisões, com maioria sobre os demais partidos.
PublicidadeA próxima reunião para discutir a federação foi marcada para dez dias depois da reunião de quinta-feira. “Eu não diria que a federação está sepultada. As conversas prosseguem. Mas as chances diminuíram”, disse a fonte ao Insider.
Deixe um comentário