Pesquisa encomendada pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS) apontou que a preservação da Floresta Amazônica é uma prioridade para os eleitores brasileiros. Segundo o levantamento, três em cada quatro entrevistados acreditam que a proteção da Amazônia deveria ser priorizada nos planos de governo dos presidenciáveis.
Questionados, 76% dos entrevistados concordaram com que “a proteção da Amazônia deve ser uma prioridade para os candidatos a presidente”, enquanto 18% discordaram e seis por cento não souberam responder.
Já 62% dos entrevistados afirmaram que a chance de votar em alguém aumentaria se esse candidato apresentasse um plano específico para a proteção da Floresta. 23% dos participantes afirmaram que isso não faria diferença na sua decisão de voto; 12% não souberam responder; e somente quatro por cento acreditam que isso diminuiria a chance de votar no candidato.
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“A centralidade da pauta da Amazônia se inscreve no plano mais amplo das questões ambientais, cujas tragédias e desequilíbrios têm chegado cada vez mais perto das pessoas, pelos excessos de chuvas ou secas, dependendo da região, pelas enfermidades associadas a desequilíbrios ambientais, e pelos avanços sobre áreas de proteção e de populações tradicionais por parte de empreendimentos madeireiros, agropecuários ou de mineração”, afirma Arleth Borges, cientista política da Universidade Federal do Maranhão, e coordenadora do Laboratório de Estudos Geopolíticos da Amazônia Legal no Maranhão.
A pesquisa também avaliou a percepção dos entrevistados sobre a atuação do governo federal na proteção da Floresta Amazônica. Quase metade dos entrevistados (48%) consideram a ação do governo Jair Bolsonaro (PL) ruim ou péssima. 22% consideram regular; 19% acreditam que o trabalho é ótimo ou bom; e 11% não souberam responder.
Os entrevistados também foram perguntados se acreditam que “preservar a Amazônia é importante para o desenvolvimento econômico do Brasil”. 70% dos participantes concordaram com a afirmação; 18% discordaram; e 12% não souberam responder.
A pesquisa foi realizada pelo instituto PoderData entre os dias 3 e 5 de junho. Foram realizadas três mil entrevistas com brasileiros acima de 16 anos em 243 municípios, nas 27 unidades da federação. A margem de erro é de dois pontos percentuais e o intervalo de confiança é de 95%.
Propostas dos pré-candidatos
Dos quatro principais pré-candidatos à presidência da República, somente Ciro Gomes (PDT) e o ex-presidente Lula (PT) apresentaram uma prévia dos planos de governo.
Oficializado na convenção partidária do PDT, realizada nessa quarta-feira (20), o Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) de Ciro Gomes destaca que são necessárias “ferramentas e iniciativas de desenvolvimento sustentável” para Floresta Amazônica, como o zoneamento ecológico.
O plano também inclui “garantir o investimento na proteção da região amazônica, função a ser fortemente desempenhada pela defesa e pelo aparato militar brasileiro, com controle por satélite em tempo real que possa não só permitir o rápido combate a queimadas como o combate a ações de desmatamento ilegal”.
A candidatura do ex-presidente Lula será oficializada na convenção do PT marcada para esta quinta-feira (21). As diretrizes do Programa de Reconstrução e Transformação do Brasil destacam que “é imperativo defender a Amazônia da política de devastação posta em prática pelo atual governo”.
“Combateremos o crime ambiental promovido por milícias, grileiros, madeireiros e qualquer organização econômica que aja ao arrepio da lei. Nosso compromisso é com o combate implacável ao desmatamento ilegal e promoção do desmatamento líquido zero, ou seja, com recomposição de áreas degradadas e reflorestamento dos biomas”, destaca uma das diretrizes.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) e a senadora Simone Tebet (MDB) deverão apresentar os projetos de governo nas convenções partidárias que oficializarão suas candidaturas, marcadas para os dias 24 e 27 de julho, respectivamente.
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