A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (21), a Operação Lágrimas de Sal, para investigar possíveis crimes cometidos durante os anos de exploração de sal-gema pela Braskem em Maceió.
As investigações da PF apuraram indícios de que as atividades de mineração desenvolvidas no local não “seguiram os parâmetros de segurança previstos na literatura científica e nos respectivos planos de lavra, que visavam a garantir a estabilidade das minas e a segurança da população que residia na superfície”.
De acordo com as apurações feitas até agora, foram identificados indícios de apresentação de “dados falsos e omissão de informações relevantes aos órgãos públicos responsáveis pela fiscalização da atividade, permitindo assim a continuidade dos trabalhos, mesmo quando já presentes problemas de estabilidade das cavidades de sal e sinais de subsidência do solo acima das minas”.
A exploração de sal-gema na capital alagoana ocorreu de 1976 a 2019, resultando em grave instabilidade no solo de bairros como Pinheiro, Mutange, Bebedouro e adjacências. A área se tornou inabitável, tendo em vista os riscos de desmoronamento de casas, ruas e fechamento do comércio, levando mais de 60 mil pessoas a terem que deixar os bairros.
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A PF diz que os investigados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de poluição qualificada, usurpação de recursos da União, apresentação de estudos ambientais falsos ou enganosos, inclusive por omissão, entre outros delitos.
Aproximadamente 60 policiais federais cumprem 14 mandados judiciais de busca e apreensão, em endereços ligados aos investigados nas cidades de Maceió, no Rio de Janeiro e em Aracaju, capital de Sergipe. Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal no estado de Alagoas.
PublicidadeBraskem na CPI
Já instalada no Senado, a CPI da Braskem deve votar somente o plano de trabalho ainda em 2023. As investigações e depoimentos devem ser realizados em 2024, na volta do recesso parlamentar. Pela Constituição, o Congresso entra em recesso em 22 de dezembro e retorna somente e 2 de fevereiro.
O adiamento da instalação veio em meio a uma tentativa do governo de abrir o diálogo entre políticos de Alagoas sobre o desastre em Maceió. O presidente Lula (PT) reuniu Renan e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em reunião no Palácio do Planalto nesta terça-feira (12). O PT foi um dos que mais demoraram a fazer a indicação de nomes para a CPI, que tem como alvo uma empresa da qual a Petrobras é acionista
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