A candidata do PSDB ao governo de Pernambuco, a ex-prefeita de Caruaru Raquel Lyra (PSDB), lidera as intenções de voto no segundo turno na pesquisa Real Big Data divulgada nesta terça-feira (11). A tucana marcou 61% dos votos válidos – que excluem os votos nulos e brancos e é a forma como a Justiça eleitoral computa os votos. Marília Arraes, candidata do Solidariedade, ficou com 39%. A tendência é a mesma quando comparada à pesquisa do Ipec, também divulgada nesta terça (ver abaixo).

Quando se consideram todos os votos, Raquel tem 54% das intenções, e Marília 35%. Brancos e nulos somam 7%, não sabem/não opinaram, 4%. No primeiro turno, Marília saiu vitoriosa com 23,97% das intenções de voto, seguida por Raquel com 20,58%. Entre as causas da virada, estão os apoios recebidos pela tucana. A pesquisa entrevistou por telefone 1.000 eleitores em Pernambuco, entre 8 e 10 de outubro e está registrada no TSE sob o número PE-01923/2022. O levantamento foi encomendado pela TV Record.

Raquel Lyra recebeu o apoio de dois candidatos derrotados ao governo no primeiro turno: o ex-prefeito de Jaboatão Anderson Ferreira (PL), que ficou com 18,15%, e o ex-prefeito de Petrolina Miguel Coelho (União), que teve 18,04% das intenções de voto. Anderson tem forte penetração no segmento evangélico, e Miguel no Sertão de Pernambuco. Miguel é filho do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB).

Além disso, Raquel tem conquistado a apoio de diversos prefeitos e lideranças históricas no estado, como os ex-governadores Gustavo Krause (pai da vice, Priscila Krause), Jarbas Vasconcelos (senador do MDB por Pernambuco) e Mendonça Filho (recentemente eleito deputado federal pelo União Brasil). O pai de Raquel é o ex-governador João Lyra Neto. Sendo assim, a candidata tucana tem o apoio de quatro ex-governadores.

Por outro lado, Marília Arraes recebeu um “apoio amargo”. A deputada fez campanha para o ex-presidente Lula no primeiro turno, mesmo o petista apoiando a candidatura de Danilo Cabral (PSB-PE). Danilo, que representava a continuação do governo, ficou com 18,06% dos votos. Na prática, porém, Marília acabou herdando parte da rejeição do partido do governador Paulo Câmara (PSB). O PSB governa Pernambuco há quase 16 anos.

Nesta fase da campanha é esperado por parte de Marília a nacionalização do debate. Apesar de Raquel não ter declarado apoio ao ex-presidente Lula nem a ao presidente Bolsonaro, aliados de Marília tentam colar a imagem de Raquel à extrema-direita. Nas redes sociais, é comum ver militantes publicando posts associando a candidata do PSDB a Bolsonaro.

Raquel ficou viúva no dia do primeiro turno. O marido dela, Fernando Lucena, morreu de infarto aos 44 anos. Ela voltou a fazer campanha esta semana, depois de ficar os primeiros sete dias afastada.

Virada também no Ipec

Na primeira pesquisa Ipec para o segundo turno, em Pernambuco, Raquel Lyra também segue na liderança. O levantamento divulgado nesta terça-feira (11) também mostra a tendência de virada. Raquel Lyra registra 54% dos votos válidos contra 46% de Marília Arraes.

Quando são considerados todos os votos, Raquel tem 50% das intenções. Marília Arraes, 42%. Brancos e nulos somam 4%. Não sabem ou não opinaram 3%. O levantamento também registra a rejeição das duas candidatas ao governo. 32% dos eleitores pernambucanos não votariam de jeito nenhum em Marília, e 18% não votariam de jeito nenhum em Raquel.

As entrevistas do Ipec foram feitas entre domingo (9) e esta terça-feira (11). Foram ouvidas 2.000 pessoas em 75 municípios de Pernambuco. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%. A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-04635/2022.