O ex-presidente Lula (PT), candidato à Presidência da República, apresenta, nesta quarta-feira (19), uma carta voltada aos eleitores evangélicos. O documento divulgado nessa fase do segundo turno será nos moldes da Carta aos Brasileiros de 2022. A ação é uma estratégia da campanha do petista, que destacou a importância desse aceno em virtude das fake news propagadas por adversários, a exemplo da legalização do aborto, do fechamento de igrejas e da adoção de banheiros unissex em escolas.
O evento será em São Paulo, a partir das 10h, e contará com a presença de 200 pastores evangélicos no Hotel Intercontinental. O documento deve enfatizar que não haverá perseguição aos cristãos e que as pautas de costumes devem ser analisadas pelo Congresso Nacional, e não por decisões pessoais do presidente da República.
Entre as consultoras do documento, estão a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) e a ex-ministra Marina Silva (Rede), recentemente eleita deputada federal por São Paulo. Ambas são evangélicas e a ação vinha sendo conduzida com bastante cuidado pelo Partido dos Trabalhadores (PT).
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Uma ala do partido defendia que o documento fosse divulgado próximo ao segundo turno. O próprio Lula avaliou que não era necessário produzir cartas para defender posicionamentos, mas acabou sendo convencido. O petista temia que outras cartas tivessem que ser produzidas para selar pactos com outros setores.
“Eu tive uma primeira conversa com o presidente Lula há algumas semanas atrás. Disse a ele que o segmento evangélico foi, infelizmente, muito instrumentalizado pelo presidente Bolsonaro”, disse Eliziane à coluna de Malu Gaspar, do jornal O Globo.
“Expliquei que seria muito importante que ele se manifestasse de forma muito clara, reafirmando o compromisso dele com o segmento evangélico diante dessas fake news absurdas, como a de que ele fecharia igrejas ou desrespeitaria a individualidade do cristão”, completou.
PublicidadeUm rascunho já estava pronto desde antes do primeiro turno. Uma versão preliminar da carta já tinha sido divulgada em 12 de outubro, mas ela só foi concluída nesta última terça-feira (18).
As pesquisas de intenção de voto para o segundo turno – que apesar de indicar vantagem de Lula mostram a aproximação de Bolsonaro – e a propagação das fake news de caráter religioso foram decisivas para o aceno do PT. Além disso, na última pesquisa Datafolha, divulgada no dia 14, Bolsonaro cresceu de 62% para 65% entre os eleitores evangélicos. Lula se manteve com 31%.
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