A coalizão Pacto pela Democracia se manifestou em defesa do Congresso em Foco e da liberdade de imprensa em suas redes sociais. De acordo com a entidade, que reúne cerca de 150 movimentos e organizações da sociedade civil, “é grave o ambiente de segurança para o exercício do jornalismo no Brasil”. O pacto também ressalta que “a defesa da imprensa é a defesa da democracia”.
O posicionamento foi exposto em decorrência das ameaças de morte sofridas pelo repórter Lucas Neiva e da editora Vanessa Lippelt, em retaliação à veiculação de uma matéria em que é revelada a produção em massa de fake news em favor de Jair Bolsonaro no fórum virtual anônimo 1500chan. Além de preocupar entidades da sociedade civil, o episódio foi repudiado por diversos parlamentares da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, que subiram à tribuna para prestar solidariedade.
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Em sua nota, o Pacto pela Democracia relembrou o posicionamento da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), que também compõe a coalizão e foi uma das primeiras entidades a se manifestar sobre o ocorrido. “Este tipo de ação é uma das mais covardes entre as muitas perpetradas contra a liberdade de imprensa nos tempos atuais. Ela coloca em risco a integridade física de profissionais e seus familiares e constitui assédio moral com possíveis graves consequências. As autoridades policiais responsáveis pela apuração de crimes cibernéticos devem apurar esses casos e punir os responsáveis”, ressaltou a associação.
Ainda dentro do pacto, a Aliança Nacional LGBTI+ se pronunciou enfatizando a violência sofrida pela jornalista Vanessa Lippelt, que foi ameaçada não apenas de morte mas também de estupro. “Tais situações não podem ser toleradas em uma sociedade que preze pela defesa dos direitos humanos, da liberdade de imprensa e expressão, da dignidade da pessoa humana, e da Constituição Federal. Não há mais espaço para tolerância com os intolerantes. Não há mais espaço para o machismo, LGBTIfobia e outras formas de preconceito”.
A aliança ainda relembrou a importância da imprensa no campo democrático. “Vivemos em uma nação plural, considerada livre, onde a imprensa tem direito ao livre funcionamento garantido constitucionalmente, tendo sua atividade como meio essencial para que todos e todas sejam informados, tenham acesso ao entretenimento etc. Através da divulgação de fatos ocorridos em uma nação o povo tem amplas condições de construir sua opinião pessoal, tomar decisões sobre algum tema, pois tem acesso a informações imparciais”.
As ameaças também foram repudiadas pelo Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal. No entendimento dos sindicatos, o aumento da violência contra profissionais de imprensa não se dá por acaso. “Sabemos que essas manifestações encontram respaldo nas declarações do próprio presidente da República e de outras figuras públicas, que, ao longo dos últimos anos, tentaram constranger e calar os/as jornalistas”, apontam.
A Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps) também divulgou uma nota em defesa do Congresso em Foco, em repúdio aos autores das ameaças. “O princípio da liberdade de expressão é um direito irrevogável previsto na constituição brasileira! Basta de perseguição política”, exclamaram.
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