O otimismo dos brasileiros em relação ao novo ano atingiu o menor nível desde 2020, com apenas 47% acreditando em melhorias para 2025, de acordo com uma pesquisa do Datafolha. Pela primeira vez em cinco levantamentos, menos da metade dos entrevistados confia que a situação econômica da população irá melhorar no ano seguinte. A pesquisa indica uma visão negativa sobre a trajetória econômica do país, com 61% dos brasileiros considerando que a economia está seguindo na direção errada. Somente 32% veem a trajetória como positiva e 6% não souberam responder.
A maioria dos entrevistados (67%) acredita que a inflação vai piorar e 39% esperam que o poder de compra dos salários diminua neste ano. A pesquisa foi realizada após anúncios governamentais de cortes de gastos e o aumento da taxa de juros pelo Banco Central, ouvindo 2.002 pessoas em 113 municípios.
Em dezembro de 2022, logo após a eleição do presidente Lula, 60% da população expressou confiança em um futuro melhor. No final de 2020, o índice era de 58%. O ponto mais alto foi registrado no final de 2021, com 73% otimistas, impulsionados pela vacinação contra a covid-19 e pela recuperação econômica durante a pandemia.
Leia também
Os dados revelam que, ao serem questionados sobre a situação pessoal, os entrevistados tendem a ser mais otimistas. Assim, 60% acreditam que terão um 2025 melhor, 21% acham que a situação permanecerá a mesma e 16% esperam uma piora. No ano anterior, 70% eram otimistas, 13% previam estagnação e 14% eram pessimistas.
As conclusões do Datafolha se contrastam com os dados do Ipespe. De acordo com uma pesquisa do Ipespe publicada pela revista Veja na última semana, 75% dos entrevistados de diversas regiões do país acreditam que suas vidas pessoais e familiares melhorarão em 2025, enquanto apenas 8% preveem uma piora, uma variação de um ponto percentual em relação ao ano anterior.
Além disso, 80% dos brasileiros avaliam que, em 2024, suas vidas pessoais e familiares ou melhoraram (46%) ou permaneceram iguais (34%). Após variações significativas ao longo do ano, a percepção sobre a evolução da vida pessoal e familiar no final de 2024 se estabilizou em 46% considerando uma melhora, depois de ter alcançado um mínimo de 39% em julho. O Ipespe entrevistou 2.000 pessoas entre os dias 5 e 9 de dezembro.
Deixe um comentário