Fortemente afetado pela pandemia, o turismo volta a dar sinais de aquecimento no país, só que, agora, dentro de um novo contexto. Mais preocupados com a segurança, o controle da higienização e buscando ambientes ao ar livre, os brasileiros têm descoberto o potencial turístico do campo, investindo no turismo rural – ou seja, em viagens onde possam entrar em contato com a natureza, hospedando-se em hotéis fazenda e desfrutando de experiências como colheita de frutas e verduras, ordenha de animais e passeios por trilhas.
De acordo com uma pesquisa realizada pela MindMiners, no atual cenário ainda marcado pela insegurança em relação a ambientes mais fechados e sujeitos à aglomeração – como os aviões e navios -, 61% dos entrevistados afirmam que, pelo menos por enquanto, vão optar por viajar de carro, dentro do país, antes de se arriscarem a ir para o exterior.
Dentro deste contexto, é fundamental que o poder público olhe com mais atenção para o empreendedorismo dos pequenos e médios produtores rurais, implementando ações capazes de fomentar o agroturismo de forma sustentável, simplificando processos de formalização dos negócios. Com o crescimento esperado para este segmento, entidades como a Rede de Turismo Rural Consciente alertam, por exemplo, para a necessidade de se criar um Projeto Nacional de Desenvolvimento do Turismo Rural Brasileiro, com material orientador unificado contendo protocolos de boas práticas para a manutenção da higiene nos estabelecimentos e para o desempenho das atividades no campo de forma a não agredir o meio-ambiente. Se faz necessário, ainda, de acordo a entidade, debater sobre a criação de uma Lei que regule a cadeia produtiva do turismo rural em nível federal.
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O agroturismo, sem dúvida, desponta como um forte catalisador do desenvolvimento do campo, possibilitando a diversificação da economia local, promoção da geração de trabalho e renda – especialmente para as mulheres, que representam boa parte da força de trabalho na área – e agregação de maior valor aos produtos locais, podendo gerar uma indústria gastronômica ainda mais forte mundialmente. Vale lembrar, ainda, que os empreendimentos turísticos são responsáveis por inúmeras atividades, equipamentos e serviços – desde a hospedagem até o transporte e a alimentação – que tem potencial de fortalecer políticas públicas como segurança, infraestrutura, educação, cultura, levando assim à estruturação do meio rural.
Cabe ao Legislativo, portanto, trabalhar no sentido de criar normas que permitam a maior qualificação do segmento, conectando, por exemplo, os destinos no campo às inovações tecnológicas do mercado. Esta, inclusive, é uma recomendação da Organização Mundial do Turismo (OMT), que em 2020 priorizou o olhar para o segmento ao instituir o Ano do Turismo para o Desenvolvimento Rural, reconhecendo que tanto o turismo como a agricultura são vitais para as comunidades em todo o mundo.
Criando formas de otimizar a atração de investimentos públicos e privados em infraestrutura para a revitalização econômica e social do campo, vamos dar mais oportunidades a quem trabalha com o agroturismo, desenvolver regiões inteiras, aumentar o senso de pertencimento a valorização cultural e, além do mais, poderemos brindar os turistas com melhores experiências de lazer.
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