Políticos e assessores com acesso ao ex-presidente Lula evitam conversas sobre nomes de ministeriáveis argumentando que, antes de garantida a vitória eleitoral, qualquer discussão sobre o assunto só contribui para criar arestas e confusão. Mas esclarecem que, ao contrário do que se tem especulado, é extremamente remota a possibilidade de o ex-senador paulista Aloizio Mercadante ser indicado ministro da Fazenda.
Economista, Mercadante tem longa folha de serviços prestados ao PT. Foi deputado federal, ministro do governo Dilma Rousseff (da Casa Civil, da Educação e de Ciência e Tecnologia) e ganhou maior estatura junto ao petismo no exercício do seu atual cargo, de presidente do órgão de estudos do partido, a Fundação Perseu Abramo. A entidade recebeu até a incumbência de elaborar o programa de governo lulista.
A principal restrição feita ao ex-parlamentar é sua inabilidade política, em geral atribuída ao excesso de autoestima e à baixa capacidade para ouvir. Prova disso foi o incidente envolvendo outro ex-senador petista Eduardo Suplicy durante o lançamento do plano de governo de Lula. Irritado por não ter sido convidado para o evento, Suplicy entornou o caldo, reclamando de público do tratamento que recebeu de Mercadante e passando sabão por este ter deixado de fora do documento divulgado o programa de renda mínima – bandeira histórica da legenda e causa da vida inteira de Suplicy.
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Conforme relato de um frequente interlocutor de Lula, o ex-presidente está determinado a fazer com Mercadante o que fez durante os seus oito anos de governo: “Dar algum poder, para ele não se sentir escanteado, mas sem confiar os cargos ou as tarefas mais estratégicas, para ele não atrapalhar”.
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