O PDT decidiu se unir ao presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores na defesa pelo voto impresso. Em um vídeo publicado nas redes oficiais do partido, o comandante da sigla, Carlos Lupi, questionou a garantia de lisura do processo eleitoral brasileiro. Nas palavras dele: “sem a impressão do voto, não há possibilidade de recontagem.
Sem a recontagem, a fraude impera”.
Já tendo anunciado intensão de disputar as eleições de 2022 por mais de uma ocasião, Ciro Gomes, é integrante do PDT.
Ainda nas redes, Lupi disse entender que a pauta está alinhada a pessoas mais à direita, porém, isso não impede o PDT abraçar a causa. Para isso, usou o argumento de que defender a democracia é “salutar” e lembrou que há 25 anos, desde o surgimento da urna, o líder do partido, Leonel Brizola, apoiava a impressão do voto.
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“Quando tiver alguma desconfiança, alguma votação diferente de locais, você pode conferir esse voto”, explica. “Esse é o segredo de toda a democracia no mundo! A possibilidade de recontagem”, continuou.
“Sem a impressão do voto, não há possibilidade de recontagem. Sem a recontagem, a fraude impera”. Confira meu recado defendendo eleições honestas e verdadeiramente democráticas. #PDT pic.twitter.com/JViYVZJQZU
— Carlos Lupi 🇧🇷🌹 (@CarlosLupiPDT) May 27, 2021
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Brizola defendeu a impressão do voto quando estava atrás da candidata do PT, a atual deputada Benedita da Silva (PT-RJ), nas pesquisas do Instituto DataFolha ao governo do Rio de Janeiro. Em outubro de 2000, o pedetista chegou a afirmar que “manobras” estavam levando Benedita ao segundo turno. De acordo com matéria publicada na época pelo jornal Folha de S.Paulo, ele acusou o sistema de apuração eletrônica e falou a favor da volta da cédula de papel. “Perdemos o direito à recontagem”.
Ciro Gomes se posiciona
Após críticas dos correligionários, Ciro Gomes decidiu se manifestar. Também por redes sociais, defendeu o retorno do uso de cédulas impressas no sistema eleitoral brasileiro, classificando como um “aperfeiçoamento da urna eletrônica”.
Para ficar bem claro: o que Lupi defendeu, teoricamente, em uma entrevista, não foi a substituição do voto eletrônico por voto em papel. Mas o aperfeiçoamento da urna eletrônica, tornando-a capaz de gerar um canhoto impresso. (…)
— Ciro Gomes (@cirogomes) May 28, 2021
A Câmara dos Deputados instalou na último dia 13 uma comissão especial para analisar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso. A presidência e a relatoria do colegiado são de aliados do presidente Jair Bolsonaro. Respectivamente, os deputados Paulo Eduardo Martins (PSC-PR) e Filipe Barros (PSL-PR) estão à frente das articulações. O projeto é da principal bandeira da presidente da Comissão de Constituição e Justiça, deputada Bia Kicis (PSL-DF)
Na última pesquisa do DataFolha sobre as intenções de votos para o primeiro turno das eleições de 2022, publicada no dia 13 de maio, o ex-presidente Lula tinha 41% , à frente de Jair Bolsonaro que somou 23%. O ex-juiz Sérgio Moro obteve 7% das intenções e Ciro Gomes apenas 6%.
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