Folha de S. Paulo
PT recebe mais doações que PSDB, PMDB e PSB juntos
Tradicionais doadoras de dinheiro para partidos políticos, empresas com negócios no setor público entregaram ao PT no ano passado quase o dobro do que pagaram a PSDB, PMDB e PSB juntos.
O partido da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, levou R$ 79,8 milhões. Os outros três conseguiram R$ 46,5 milhões.
A liderança do PT na captação já ocorria em anos anteriores, mas a diferença para os demais partidos não para de aumentar. A vantagem em relação às três siglas saltou em quatro anos de R$ 9,4 milhões para R$ 33,2 milhões.
O movimento ocorreu num período em que as contribuições empresariais bateram recorde para anos em que não há eleição, segundo as prestações de contas já divulgadas pela Justiça Eleitoral (em anos eleitorais, as verbas para os partidos são maiores).
As grandes construtoras, mais uma vez, dominaram o ranking dos maiores financiadores. Odebrecht, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e OAS foram as campeãs.
Todas elas fazem obras para o governo federal, Estados e municípios. Estão entre os maiores fornecedores da Petrobras. E ganharam concessões para explorar aeroportos, metrô e estradas.
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Governo de SP abre ‘guerra das rodovias’
O governo de São Paulo foi à Justiça contra três concessionárias de rodovias para tentar recuperar parte dos cerca de R$ 2 bilhões que 12 concessionárias teriam recebido indevidamente até 2012.
Com essa medida, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) deu início a uma batalha jurídica contra as concessionárias para reaver essa quantia. A Folha apurou que cinco outros casos estão prontos para seguir para a Justiça na próxima semana.
As ações serão movidas até julho, prazo para que as investigações da Artesp, a agência estadual responsável pelas rodovias, terminem.
O primeiro passo foi dado contra a SPVias e a ViaOeste, ambas controladas pelo Grupo CCR, e a Renovias. Com as ações, o governo pretende pressioná-las a “devolver” R$ 900 milhões no total.
Doleiro preso tinha contato com cúpulas de três empreiteiras
Os policiais da Operação Lava Jato que analisam as conversas e mensagens interceptadas imaginavam que teriam um grande trabalho para descobrir quem seria “Leitoso”, personagem citado pelo doleiro Alberto Youssef junto com altos valores.
Estavam errados. Bastou juntar duas ou três referências e o enigma foi desvendado: a Polícia Federal associou o apelido a Eduardo Leite, vice-presidente da empreiteira Camargo Corrêa, um dos focos da investigação da PF. A ligação era tão primária que virou piada entre os policiais.
O vice-presidente da Camargo Corrêa não está sozinho na preferência do doleiro pelo alto escalão. A PF achou troca de mensagens de Youssef com o presidente da UTC/Constran, Ricardo Pessoa, e com o diretor financeiro da OAS, Mateus Coutinho.
A força de cada um
Com as campanhas cada vez mais caras e profissionalizadas, há pelo menos quatro critérios objetivos da política “stricto sensu” para medir as chances dos pré-candidatos, além das medições dos institutos de pesquisa.
São eles: capacidade de arrecadar dinheiro, alianças que resultam em tempo de TV na propaganda eleitoral, apoio de personalidades influentes e estrutura partidária nos Estados e municípios.
Desses quatro critérios, o senador Aécio Neves (MG), pré-candidato do PSDB, leva evidente vantagem em um. Seu partido tem o maior exército de governadores e prefeitos pelo país. Nos Estados, as oito gestões tucanas governam 67,5 milhões de eleitores, o triplo das quatro administrações petistas.
Nos outros três critérios, a vantagem é da presidente Dilma Rousseff, pré-candidata à reeleição.
CNJ deve investigar juiz que nega status de religião à umbanda
Líderes do movimento negro e parlamentares pedirão ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) que investigue o juiz Eugênio Rosa de Araújo, da 17ª Vara Federal do Rio. Ele causou revolta ao afirmar que a umbanda e o candomblé não são religiões.
Em decisão do último dia 28, o magistrado considerou que as crenças afro-brasileiras “não contêm os traços necessários de uma religião”.
De acordo com ele, as características essenciais de uma religião seriam a existência de um texto base (como a Bíblia ou Alcorão), de uma estrutura hierárquica e de um Deus a ser venerado.
Com base nesses argumentos, o juiz rejeitou pedido do MPF (Ministério Público Federal) para obrigar o Youtube a tirar do ar uma série de vídeos com ofensas à umbanda e ao candomblé. A Procuradoria da República já recorreu da decisão.
Hotéis com crédito federal só abrirão após a Copa
O BNDES repassou R$ 346 milhões para financiar a construção de hotéis que deveriam receber torcedores e delegações estrangeiras na Copa, mas não ficarão prontos até o fim do torneio.
Dos nove empreendimentos aprovados pelo programa ProCopa Turismo para o Rio, principal cidade-sede do Mundial, apenas três foram concluídos no prazo.
Os outros seis hotéis, que ofereceriam 2.045 novos quartos, estão com as obras atrasadas ou paralisadas. Alguns deles podem ser entregues só em 2016, às vésperas dos Jogos Olímpicos.
Os repasses destinados a projetos que não ficaram prontos a tempo representam 86% dos R$ 404,4 milhões que o banco público já liberou para ampliar o número de vagas na cidade.
Os financiamentos do BNDES oferecem taxas de juros abaixo das que são cobradas no mercado e condições especiais de pagamento.
Brasil sediará evento sem lei para punir terrorismo
O Brasil caminha para sediar a Copa sem ter em sua legislação punições específicas para o crime de terrorismo.
Apesar de o Congresso discutir há quase um ano um projeto que tipifica o crime, não há acordo entre deputados e senadores para que a proposta seja aprovada até o dia 12 de junho, quando terá início o Mundial de futebol.
A única menção ao crime de terrorismo está na Lei de Segurança Nacional, editada na década de 1980, com redação feita no regime militar.
A lei prevê punições para “atentados pessoais ou atos de terrorismo”, mas não especifica que ações poderiam ser enquadradas no crime.
Nasi critica política da cracolândia em show
Depois de sete anos fora dos palcos, a banda de rock Ira! abriu neste sábado (17), na praça Júlio Prestes, em São Paulo, a Virada Cultural 2014.
O vocalista, Nasi, criticou o tratamento dado pelo governo a usuários de crack do centro de São Paulo.
“Estamos em uma região da cidade em que está se alastrando uma doença, o vício do crack”, disse, ao introduzir a música “Flerte Fatal”, que fala sobre vício.
“Que o poder público trate [os usuários] com amor, como doentes que são. Porque eles precisam de auxílio médico, e não que os limpem da cidade como se fossem sujeira”, disse músico.
Na quarta, a prefeitura de Fernando Haddad (PT) tentou conter usuários num cercado de metal erguido na esquina da alameda Cleveland com rua Helvetia, o que deixou dependentes indignados.
O secretário municipal de Cultura, Juca Ferreira, presente no show, afirmou, entretanto, que a crítica não foi dirigida à prefeitura.
O Estado de S. Paulo
Rede confirma Marina Silva como vice de Campos
Decisão foi tomada no primeiro congresso do partido que a ex-senadora tenta criar
Pizzolato é ouvido sobre citação a Lula
Procurador italiano tentou, sem sucesso, esclarecer referências a ex-presidente feitas por homem apontado como operador de Berlusconi
Barbosa devolve parte de diárias de ida à Europa
Viagem feita em janeiro em que presidente do STF ministrou palestras durante as férias causou polêmica
Com Haddad em baixa, PT recorre a Marta
Reabilitada politicamente, ministra se torna o principal cabo eleitoral de Dilma e Padilha em SP
O Globo
TCU pode convocar Dilma para explicar Pasadena
A presidente Dilma Rousseff corre o risco de sofrer um forte desgaste político no curso da campanha eleitoral por conta da compra da refinaria de Pasadena, no Texas: o Tribunal de Contas da União (TCU) poderá convocá-la para uma audiência com o propósito de que explique a polêmica aquisição do empreendimento pela Petrobras, feita no momento em que a petista presidia o Conselho de Administração da estatal. O TCU abriu um processo para investigar o negócio, e o parecer final dos auditores deve chegar ao gabinete do ministro relator, José Jorge, ainda neste mês.
A informação corrente no TCU é a de que o ministro pretende chamar Dilma para uma audiência. Se isso ocorrer, será a primeira convocação de um presidente da República para que preste esclarecimentos nesse tipo de procedimento, segundo fontes ouvidas pelo GLOBO. Questionado sobre eventual decisão de convocar Dilma, José Jorge limitou-se a responder:
— O processo se encontra na unidade técnica. Portanto, não existe decisão ainda.
Rede confirma Marina Silva como vice de Eduardo Campos
Em um ato simbólico, na tarde deste sábado, a Rede homologou a candidatura da ex-senadora e ex-ministra Marina Silva a vice-presidente na chapa do ex-governador Eduardo Campos. Segundo o coordenador executivo da Rede, Bazileu Margarido, a decisão foi tomada por aclamação, e a Rede apresentará a decisão na convenção do PSB, no fim de junho.
Segundo Marina, a Rede e o PSB já acertaram que terão candidatos próprios a governador em 12 estados e estão discutindo a situação nos demais.
Deputado paulista propõe lei para combater ‘Nova Ordem satânica’
Preocupado com o surgimento de uma “satânica Nova Ordem Mundial”, o deputado Missionário José Olímpio (PP-SP), apresentou o projeto de lei 7561 na última quarta-feira. O texto apresentado na Câmara dos Deputados “proíbe o implante em seres humanos de identificação em forma de chips e outros dispositivos eletrônicos”.
Para Rui Falcão, prioridade do PT é vencer no Sudeste
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, declarou que a prioridade do partido é vencer as eleições estaduais nos estados do Sudeste onde há mais poder econômico, mais deputados e “há mais mídia operando contra o partido”. A afirmação foi feita durante encontro de delegados do partido em Manaus neste sábado, 17.
— Eu quero ganhar em Minas, Rio e São Paulo, mas se ganhar em um destes estados já faz muita diferença, porque uma vitória lá (no Sudeste) pode mudar a correlação de forças (políticas) — afirmou Falcão. O presidente nacional do PT disse ainda que o partido terá candidatos próprios ao governo em 12 ou 14 estados.
Correio Braziliense
A Copa pede passagem
A Copa do Mundo, que inclui o resultado dentro do campo e problemas ou acertos fora dele, não vai influenciar apenas na disputa presidencial entre Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), os principais postulantes ao Palácio do Planalto em outubro. O Mundial também deve impactar nas disputas para o governo estadual das 12 cidades que sediarão os jogos: Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Mato Grosso, Distrito Federal e Amazonas.
Pelas ruas delas, circularão os torcedores e turistas, utilizando os metrôs, BRTs (Bus Rapid Transit) ou VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos). Os candidatos à reeleição — são quatro ao todo —, aqueles que são apoiados pelos atuais governadores e os oposicionistas poderão ser beneficiados ou prejudicados pela boa ou má sinalização das cidades. E mais do que isso, estará sob rigorosa análise da população a capacidade das forças policiais em garantir a segurança contra assaltos e coibir a ação dos black blocs nas manifestações públicas garantidas em ambientes democráticos.
Passe Livre de volta ao centro
Catalisador das grandes manifestações que pararam o país em junho de 2013, o Movimento Passe Livre (MPL) em São Paulo deixou de lado a marcha nas principais avenidas da cidade para atuar, temporariamente, na periferia da metrópole paulista. É longe do centro que os problemas de transporte, como o corte ou a ausência de linhas de ônibus, afetam uma parcela significativa da população carente. Agora, os ativistas estudam voltar às ruas em junho, em apoio a outras organizações sociais que pretendem atrair a atenção da imprensa internacional durante a Copa do Mundo.
Em meados de 2013, as milhares de pessoas que saíram às ruas em todo o país contra o preço do transporte público se transformaram em milhões com a adesão de novos manifestantes e a ampliação da pauta de reivindicações.
“Vai ter jogo, vai ter celebração”
“A Copa está dada: a bola vai rolar, vai ter jogo, vai ter celebração.” Diante dessa premissa, a sugestão do ministro do Turismo, Vinícius Lages, é a de que os manifestantes dos últimos dias deixem suas diferenças — seja com o governo, seja com o empresariado, seja com a “nuvem” — para discutir no período eleitoral, quando estará em debate o que pode ser melhorado no Brasil. “É um equívoco imaginar que, destruindo a imagem do Brasil, o patrimônio público ou privado, como aconteceu na quinta-feira em São Paulo, nós vamos ganhar alguma coisa”, diz.
“Tirar essa oportunidade histórica de o Brasil se projetar para o mundo, de mostrar que é um país pacífico, que vem superando desigualdades e entrando numa rota de desenvolvimento, que tem protagonismo no cenário internacional, é muito mesquinho”, ressalta. A seguir, os melhores trechos da entrevista ao Correio.
PMDB exige resposta de Lula
Nem mesmo a ala do PMDB satisfeita com a aliança do partido com o PT ficou imune às declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre palanques. Até ele, que tinha um bom trânsito no maior partido aliado, conseguiu azedar ainda mais a relação. No Encontro Nacional do PT, organizado para reforçar a pré-candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff, Lula disse que não está sujeito aos acordos feitos pelo presidente do PT, Rui Falcão. “Temos um pequeno problema para resolver que é o seguinte: a Dilma, por conta dos acordos da aliança, não vai poder ir a vários lugares. Eu não sou presidente do PT. Então, não estou subordinado aos acordos que o Rui Falcão fez. Aonde tiver candidato do PT, eu estarei lá”, disse.
Desde o encontro, feito há cerca de duas semanas, os peemedebistas mais conciliatórios buscam, ainda sem sucesso, acertar a relação. Outros, mesmo sinalizando apoio à manutenção da chapa de Dilma com o vice-presidente, Michel Temer, assim como os dissidentes, não querem saber de conversa. O argumento é que o ex-presidente está agindo como o PT, sem atenção com as alianças, e que o peso do PMDB é essencial para a vitória da Dilma.
A incrível arte de dar pitaco
A arte e a política sempre andaram juntas, mas nem todos os artistas gostam de misturar as duas coisas. É que muitas vezes essa combinação pode render discussões acaloradas e muitas críticas, principalmente em tempos de explosão das redes sociais, em que todos dão palpite em tudo. Quem não se lembra da atriz Regina Duarte que, na disputa presidencial de 2002, apareceu no programa do então candidato José Serra (PSDB) declarando ter medo da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva. Ou das atrizes Cláudia Raia e Marília Pêra que pediram votos na eleição de Fernando Collor, em 1989, e foram criticadas até mesmo pela classe artística que, na disputa, cerrou fileiras para tentar, sem sucesso, eleger Lula na época. Depois do episódio, considerado traumático, Cláudia Raia não dá mais pitaco em política. Mas nem todos se esquivam de dar palpites nesses assuntos.
Que o diga o cantor Ney Matogrosso que, semana passada, em entrevista a um programa da televisão portuguesa, criticou o PT, a saúde no Brasil e os gastos com a Copa do Mundo e derrapou ao tecer comentários, equivocados, sobre o programa Bolsa Família. A fala do ex-Secos & Molhados — banda que, no auge da ditadura militar, desafiou os chamados bons costumes — provocou a ira dos simpatizantes do governo Dilma Rousseff, que rebateram a fala do cantor de que o programa de complementação de renda não exige a matrícula na escola e que as mulheres fazem mais filhos para ganhar o benefício.
Rede confirma Marina como vice de Eduardo
Na plateia, gritos de “Marina presidente”, mas isolados. O primeiro congresso da Rede Sustentabilidade — o partido não registrado oficialmente por Marina Silva — homologou a candidatura dela como candidata a vice-presidente na chapa de Eduardo Campos (PSB). No discurso, a ex-senadora foi incisiva ao dizer que estava ali no papel de vice, tratando logo de tirar de cena qualquer hipótese de rusgas com Eduardo ou o PSB, legenda à qual se filiou para disputar as eleições.
Embora confortável nessa posição, ela deixou claro o projeto: “A perspectiva que temos é compartilhar um legado. O legado da luta socioambiental no nosso país. São quase 30 anos, na busca da sustentabilidade em todas as suas dimensões: econômica, social, ambiental, cultural, política, ética e, por que não dizer, estética. A mudança é o avanço no modelo de desenvolvimento”, disse. Ela tratou de colocar todos os avanços do Brasil — passados, presentes e futuros — como uma conquista de todos: “Não podemos ter uma visão de fulanizar as conquistas”, mencionou.
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