O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (17) que não há espaço para a terceira via nas disputas eleitorais de 2022. “A terceira via tem que me derrotar no primeiro turno, ou derrotar o Bolsonaro no primeiro turno. Não há espaço para terceira via se não houver uma mudança brusca no espaço político nacional”, disse o ex-presidente em entrevista à Rádio Sagres, de Goiânia.
Questionado sobre os efeitos das manifestações promovidas pelo Movimento Brasil Livre no último domingo (12),que busca viabilizar a terceira via nas eleições de 2022, o petista afirmou que nunca acreditou na capacidade de mobilização do MBL. Segundo ele, Bolsonaro ainda tem uma base de apoio considerável. Por isso, na avaliação dele, a disputa tende a ficar entre os dois.
“Eu penso que nós estamos caminhando para uma disputa política entre o PT representando setores democráticos da sociedade, e o Bolsonaro representando setores fascistas da sociedade”, afirmou.
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O ex-presidente afirmou que os partidos não devem formar uma frente ampla com o propósito de destituir apenas a figura política de Bolsonaro. Na avaliação dele, o movimento deve retirar do poder um programa de “destruição da política econômica brasileira” e colocar em seu lugar outro modelo que seja capaz de “reconstruir o Brasil”. “Se a frente ampla for apenas tirar o Bolsonaro e manter o Guedes, para que essa frente ampla? Para manter tudo como estar? Para manter o povo esquecido? Para manter o povo passando fome?”
Assista à íntegra da entrevista:
Lula também disse não acreditar na veracidade da nota assinada por Bolsonaro, em costura com o ex-presidente Michel Temer, para arrefecer a crise entre os Três Poderes após as manifestações do dia Sete de Setembro. Na análise dele, o presidente assinou a nota porque estava “muito desmoralizado e fragilizado”.
“Eu não sei se alguém acreditou na nota feita pelo Temer para o Bolsonaro, não sei se alguém acreditou que o Bolsonaro estava falando sério. Na verdade, o Bolsonaro assinou aquela carta apenas numa demonstração da fragilidade dele, pela falta de um comportamento de um presidente da República”, disse.
Para Lula, alguém disse para Bolsonaro que as provocações do presidente ao Supremo Tribunal Federal (STF) “eram demais “. “Disseram para ele, olha, você está provocando um ministro da Suprema Corte que está com um processo do teu filho, da tua família, é importante que você faça uma mediação. Como ele estava muito desmoralizado e fragilizado, ele assinou”, disse.
Lula lidera todos os cenários, em primeiro e segundo turno, traçados em pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta. Ele derrotaria Bolsonaro com ampla vantagem, segundo o instituto. Ainda na entrevista à Sagres, o ex-presidente minimizou o resultado da pesquisa. De acordo com Lula, o levantamento é apenas um “retrato do momento” e os números serão, de fato, relevantes quando a campanha eleitoral começar.
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