Fabrício Moser *
No próximo ano, pela primeira vez, candidatos a vereador disputarão as eleições sem
contar com o apoio da união dos partidos. A reforma eleitoral impôs o fim das coligações
para eleições proporcionais e trouxe um problema para os pré-candidatos: com o fim das
legendas, como atrair o eleitor, ser ouvido e engajar pessoas em torno da pré-campanha e
da candidatura para conseguir votos? A resposta está na mobilização política.
Ter pessoas organicamente engajadas na defesa ou ataque de posições na internet, no
grupo da família, na reunião de moradores de um bairro ou no almoço do trabalho faz a
diferença para vencer. O Brasil vivenciou esse exemplo na última eleição presidencial,
que elegeu Jair Bolsonaro (PSL). A mobilização política, se bem trabalhada, aumenta o
número de pessoas que conhece o projeto, atrai mais gente para a causa e transforma
simpatizantes em defensores, tanto nas redes sociais quanto na realidade das conversas
do cotidiano. E isso é traduzido em votos.
Leia também
A mobilização política é uma estratégia, tem metodologia e precisa de uma coordenação
competente, além de investimento, treinamento e tempo para ser bem executada. Os
partidos e políticos que apostarem nesse ponto e começarem a investir este ano sairão na
frente na disputa eleitoral e terão mais chances reais de vencer as próximas eleições.
O profissional da mobilização política vai fazer o mapeamento dos públicos e dos níveis
de engajamento, definirá as estratégias, traçará planos de ação, construirá uma rede de
contatos e saberá os canais físicos e digitais para atingir os objetivos. Cada ação de
mobilização requer um planejamento que identifique e analise as forças, fraquezas,
oportunidades e ameaças.
O político precisa entender a necessidade de ter um grupo consolidado, motivado e atento
para defender o mandato, a candidatura ou o projeto político. Essa movimentação se dá
por meio da mobilização. É preciso estabelecer desde já estratégias claras para o
engajamento e formação da militância.
Cabe aos partidos treinarem seus militantes constantemente e deixá-los capacitados a usar
todas as ferramentas disponíveis para agregar mais pessoas, ampliar o alcance da
mensagem e criar uma verdadeira onda que leve o político e o partido ao sucesso eleitoral.
E é papel dos assessores do mandato e dos coordenadores de campanha não se
descuidar da atenção para a população, para a oportunidade de criar redes de
relacionamentos, municiar esse público segmentado com informações e manter a
motivação em torno do projeto político.
* Fabrício Moser é especialista em Mobilização Política, palestrante e consultor em
Marketing Político. Atua em campanhas eleitorais desde 1994, com expertise em
planejamento, organização e treinamento da militância.
Deixe um comentário