O MDB, que no primeiro turno das eleições presidenciais teve como candidata a senadora Simone Tebet, deve anunciar, nesta quarta-feira (5), a liberação dos filiados para que escolham entre as candidaturas do ex-presidente Lula (PT) ou do presidente Jair Bolsonaro (PL). O movimento é parecido com o do PSDB, que liberou os diretórios para a escolha nesta terça-feira (4).
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a senadora Simone Tebet, que ficou em terceiro lugar na disputa, deve declarar apoio ao ex-presidente Lula. Pelo menos em 10 estados, o MDB já estava apoiando Lula no primeiro turno. Simone Tebet deve fazer seu pronunciamento sobre o segundo turno nesta quarta-feira (5).
“Eu e mais doze já declaramos apoio (a Lula) e a Simone fará o mesmo com duas propostas incorporadas pelo Lula. O Brasil não pode continuar faminto e nesse absurdo autoritário”, afirmou o senador Eunício Oliveira (MDB-CE) ao Estadão.
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O movimento inverso deve ser tomado pelo ex-presidente Michel Temer, que deve apoiar Bolsonaro. A decisão de Temer deve ser motivada por duas razões: a primeira é sua relação desgastada com os petistas desde o impeachment da então presidente Dilma Rousseff. O segundo ponto é que Bolsonaro faz mais gestos ao ex-presidente do que Lula, cuja parte da militância trata Temer como “golpista”.
A relação de Temer com o PT, no entanto, não está totalmente desgastada. O ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), vice de Lula, procurou o ex-presidente, mas ele só daria apoio a Lula caso o partido mude a narrativa sobre o impeachment de Dilma, deixando de lado a tese do “golpe”. Temer viajou para Londres nesta semana e volta ao Brasil até sexta-feira (7), quando tomará sua decisão.
Outro motivo para justificar o apoio de Temer a Bolsonaro é a campanha de reeleição do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). Na avaliação do partido, esta disputa tem tudo para ser acirrada. Tanto e que Temer já teria decidido apoiar o candidato de Bolsonaro ao governo no estado, o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), contra Fernando Haddad (PT), com a tentativa de se aproximar do eleitor bolsonarista.
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