Escrevo este texto com os meus filhos de férias ao meu lado brincando de jardinagem. Um clima de final de ano, de término de ciclo, de acabou. Um cansaço, e até um certo desânimo.
Ao mesmo tempo, escutamos o Lula anunciar os novos nomes dos Ministérios. Ainda que no início o desânimo tenha se ampliado para um mau humor com a ausência dos nomes da Marina Silva e da Simone Tebet, prestei atenção nas palavras do presidente.
Vi meus filhos prestarem atenção. Vi uma mulher competente assumir o Ministério da Saúde – uma pasta central em um país que sofreu tanto na pandemia e que tem um sistema lindo de saúde, o SUS, pedindo socorro. Lula tirou o feudo do Centrão. O Alckmin ocupará um ministério importante, ampliando a concepção do governo.
Resolvi ler o meu último artigo de 2021. Um texto que marcava o final de um ano infeliz para mim e para o Brasil, de um “final” de Covid-19 com muitas mortes ainda, de retrocessos infindáveis, de tristeza. E dizia que em 2022 teríamos uma tarefa hercúlea de tirar o Bolsonaro do poder e afastar a ameaça à democracia. De fato, trabalhamos muito. Incansavelmente. Vimos um país rachado, agressivo, violento, intolerante, de todos os lados.
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Mas conseguimos. Bolsonaro entrará para os porões da História.
Conseguimos, criamos uma frente ampla, conectamos propósitos e visões.
PublicidadeConseguimos, passamos por cima de passados, de mágoas, de divergências, por um sonho de país.
Conseguimos reafirmar a democracia.
E, independentemente de gostarmos ou não dos eleitos, seja em nível federal ou estadual, se aprovamos o nome deste ministro ou daquele secretário, se as mudanças são na velocidade e na proporção em que queremos, temos um convite em comum: muito trabalho pela frente!
Mas, finalmente, temos a oportunidade de trabalhar para avançar o país, as agendas, e também de lutar pelas pessoas, pelas pautas concretas e pelo o que transforma o Brasil.
Não temos mais que manter o alerta a ataques, violência, destruição das instituições e da democracia, vindas do Planalto. Nosso principal foco não será mais impedir retrocessos. Podemos colocar mãos à obra para o que de fato interessa!
Não significa que será fácil, nem que será sem dor ou decepção, mas evidencia que o caminho agora pode ser para frente. Que alegria!
Que neste final de ano seja este o humor que nos embale, de diálogo, reconstrução, de pontes com quem pensa diferente e, principalmente, de foco no que realmente importa. Entusiasmo com quem somos e com quem podemos ser.
Que 2023 chegue como uma oportunidade para avançarmos na direção do país incrível que o Brasil pode ser, para todos os brasileiros.
Feliz Natal e feliz ano novo!
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