Na capital federal, manifestantes de diversos movimentos sociais, bem como militantes de partidos de oposição, protestaram nesta quinta-feira (11) Esplanada dos Ministérios contra os ataques de Jair Bolsonaro (PL) à Justiça Eleitoral e demais instituições democráticas. O ato ainda contou com movimentos estudantis, que protestaram contra a falta de investimentos do governo na educação.
A manifestação foi resultado da “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito”, publicada por alunos do curso de direito da Universidade de São Paulo (USP), que já conta com mais de 900 mil signatários. Em Brasília, o protesto seguiu em direção ao Congresso Nacional, onde foram prestados discursos sobre a carta que, sem citar o nome de Jair Bolsonaro, repudia suas tentativas de violação da independência dos Poderes e a violação de direitos fundamentais por agentes de governo.
Apesar de não ter tido seu nome citado, Bolsonaro se posicionou, em diversas oportunidades, de forma hostil ao documento. Em seu perfil no Twitter, chegou a ironizar a carta, e na convenção nacional do PP disse não precisar de uma carta para defender a democracia. Seus apoiadores se posicionam de forma semelhante, afirmando que o intuito do manifesto é a defesa dos interesses de seu rival, o ex-presidente Lula (PT).
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O ato contou com a participação de candidatos e candidatas a diversos nas eleições de 2022. Entre eles estava Ana Prestes, neta do líder revolucionário Luís Carlos Prestes e candidata a deputada federal pelo PCdoB. Ela foi a primeira candidata a se pronunciar, ressaltando a atuação de militares no governo. “Os militares que aí estão querem atacar as urnas, querem atacar a apuração, querem atacar o processo eleitoral. (…) Mas em 2 de outubro, vamos fazer uma grande eleição, que vai ser vista por toda a América Latina”, declarou.
Discursos em meio ao movimento
A manifestação também contou com a participação de deputados federais, a exemplo de Israel Batista (PSB-DF), que discursou e apontou para o interesse eleitoral de Jair Bolsonaro ao tentar deslegitimar as universidades. “Bolsonaro é o golpista do tempo moderno, corrompendo a democracia por dentro. (…) Está destruindo a credibilidade das universidades, porque qualquer instituição que se oponha ao arbítrio dele, ele precisa difamar”, disse.
O parlamentar relembra que, durante toda sua carreira política, Bolsonaro não enfrentou problemas com o sistema eleitoral. “A pior destruição que ele tenta fazer é contra o processo democrático, o mesmo que elegeu a ele e sua família por 28 anos, e que o fez presidente da República para nossa tristeza”.
Outra parlamentar presente foi a deputada Erika Kokay (PT-DF), que comparou o ato ao episódio semelhante ocorrido durante o regime militar (1964-1985). “Hoje é um dia em que a gente lembra em 1977. Eu estava lá, na faculdade de direito da Universidade de São Paulo, quando foi lido o manifesto em defesa da democracia”, disse. A deputada ressaltou que o fortalecimento da democracia é necessário para o desenvolvimento nacional, “porque a democracia é chão base para os direitos”.
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