O ex-presidente Lula (PT) visitou, na manhã desta terça-feira (11), o acampamento indígena Terra Livre, em Brasília. Na ocasião, o pré-candidato à Presidência da República pelo PT se comprometeu a criar um novo ministério, voltado para discutir as pautas e reivindicações dos povos indígenas. Lula, no entanto, afirmou não saber quem seria o titular da pasta, mas que, certamente, será um indígena.
“Eu estou disposto a voltar a governar este país, 12 anos depois que eu deixei a Presidência. Em 12 anos a gente aprende muito. A gente sabe o que fez, o que não fez, e o que poderia ter feito”, afirmou o ex-presidente. “Eu vou voltar mais sabido, mais calmo. Com mais experiência. Só tem uma razão para voltar: é para fazer mais e melhor”, completou.
O acampamento trouxe, desde terça-feira passada (4), indígenas de todo o país em prol da campanha “Retomando o Brasil: Demarcar Territórios e Aldear a Política”, que busca aumentar a representatividade política dos povos indígenas nos espaços de poder. O grupo protesta ainda contra pautas do chamado “pacote da destruição”, contra a mineração e o desmatamento ilegal e a favor da demarcação de terras indígenas, que tramitam no Congresso Nacional.
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No discurso, Lula ainda fez uma análise das gestões anteriores do partido. “Certamente, os governos do PT não fizeram tudo o que deveriam ter feito. Mas, certamente, ninguém fez mais do que nós fizemos nas nossas relações com os povos indígenas. E praticamente tudo que nós fizemos foi desmontado”, afirmou o ex-presidente.
Lula destacou que “nenhum fazendeiro tem o direito de invadir o território indígena” e que o extenso território do país permite o crescimento econômico sem que seja necessário agredir as reservas florestais e indígenas.
O acampamento Terra Livre, em Brasília, trata-se da maior mobilização já realizada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), que reunirá na capital federal cerca de 8 mil indígenas até o dia 14 deste mês.
PublicidadeMobilizações indígenas
Na tarde de segunda-feira (10), o grupo marchou até o Ministério de Minas e Energia para protestar contra o PL 191/2020, que tenta regularizar a exploração de minérios em terras indígenas. Os manifestantes fizeram performance contra o projeto em frente ao prédio. Assista:
8º dia do #AcampamentoTerraLivre:
Participantes realizaram performance em protesto contra o PL 191/2020, prioridade do governo Bolsonaro, que pretende liberar o garimpo e outras forma de exploração em territórios indígenas já demarcados.#PL191Nao #ForaBolsonaro #DemarcaçãoJá pic.twitter.com/V7jLFScZd8
— Liderança da Minoria na Câmara (@minorianacamara) April 11, 2022
A militante Sônia Guajajara, pré-candidata a deputada federal, esteve presente no ato e criticou o texto em trâmite na Câmara: “Entram ilegalmente em terras indígenas, envenenam as águas e solos, e matam os parentes!”, escreveu.
Marchamos até o Ministério de Minas e Energia ara protestar contra o PL 191 e medidas do governo em apoio ao garimpo. Entram ilegalmente em terras indígenas, envenenam as águas e solos, e matam os parentes!
Foto: @MidiaNINJA #ATL2022 #GarimpoNão pic.twitter.com/4OZu52t8G4
— Sonia Guajajara (@GuajajaraSonia) April 11, 2022
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