Restando uma semana para o segundo turno das eleições, o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reafirmou em encontro com apoiadores a recriação do Ministério da Segurança Pública como principal pilar de suas propostas na área de segurança. O ex-presidente também aproveitou a oportunidade para criticar a política de liberação de armas, carro-chefe da campanha de Jair Bolsonaro (PT), relembrando o episódio de resistência armada do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) a um mandado de prisão – episódio em que foram atingidos dois agentes da Polícia Federal (PF).
“Nós vamos criar o Ministério da Segurança Pública (…) para a gente trabalhar junto aos governos dos estados para cuidar das nossas fronteiras, para combater o crime organizado, combater o narcotráfico e a importação de armas”, anunciou. Lula havia tocado no assunto na semana anterior, em uma coletiva de imprensa. A pasta de segurança pública historicamente atuou de forma atrelada ao Ministério da Justiça, mas foi desmembrada em 2018, último ano do governo de Michel Temer (MDB). Em 2019, Bolsonaro juntou novamente os dois ministérios, atualmente sob chefia de Anderson Torres.
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A gestão de Bolsonaro também estabeleceu a flexibilização do porte de arma como uma de suas agendas prioritárias, facilitando o acesso ao registro de caçadores, atiradores e colecionadores (CACs). Lula teceu críticas a essa política. “Os criminosos, que antigamente tinham que assaltar os arsenais da Marinha, do Exército e da Força Aérea para roubar armas, agora não precisam mais, eles compram no mercado”, apontou.
Em seu discurso, porém, não descarta a possibilidade de manutenção do porte em nichos de maior demanda. “Uma coisa é o cidadão que mora no mato ter uma arma para se proteger. Outra coisa é você ficar vendendo armas para todo mundo”. Para isso, o ex-presidente afirma que planeja restabelecer a necessidade de justificativa para a compra de armas, e restituir o controle de armas por meio do Exército, e não da Polícia Federal, onde é feito o registro de CACs.
Lula trouxe casos próximos de Bolsonaro como exemplo de abuso o caso de Roberto Jefferson, ex-presidente do PTB e aliado de Bolsonaro, que utilizou granadas e tiros de fuzil contra uma equipe de policiais federais que foi executar um mandado de prisão em sua casa no último domingo (23). “A senhora viu na televisão o arsenal que o senhor Roberto Jefferson tinha”, disse a uma apoiadora. Na casa do ex-deputado, a Polícia Federal localizou um fuzil, pistolas e mais de 7 mil cartuchos de munição.
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