Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta segunda-feira (3) aponta o presidente Lula como favorito para 2026. O petista aparece com o maior índice de intenções de voto nos cenários testados e venceria os principais nomes da direita em um eventual segundo turno. A pesquisa, no entanto, mostra que a vantagem do presidente em relação aos seus adversários caiu consideravelmente em relação a dezembro.
De acordo com levantamento feito no último mês de 2024, por exemplo, Lula venceria o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos) com 26 pontos de frente; essa diferença caiu para nove pontos agora. Contra o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), a vantagem caiu de 34 para 19 pontos no mesmo período. No cenário mais apertado, o presidente aparece à frente do sertanejo Gusttavo Lima, com 41% das intenções de voto a 35%.
Há um empate técnico entre rejeição e aprovação de Lula: 49% dos eleitores conhecem o presidente, mas não votariam nele nas eleições, e 47% conhecem e votariam nele em 2026.
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Segundo o diretor do instituto Quaest, cientista político Felipe Nunes, a nova pesquisa mostra que as eleições presidenciais de 2026 estão longe de uma definição. “Se o bolsonarismo e a direita moderada se fragmentarem, o quadro fica imprevisível. Até Ciro Gomes teria chances de enfrentar Lula com a divisão total da direita e da direita radical bolsonarista” avalia. “Isso indica que a oposição vai precisar mais do que os erros do governo para ser competitiva em 2026, ela vai precisar se organizar e se apresentar com alguma unidade para terem um candidato forte contra o incumbente”, observa.
O levantamento mostra que 78% dos eleitores não conseguem dizer espontaneamente em quem votariam se as eleições fossem hoje. “Lula teria 9% e Bolsonaro outros 9%, em uma demonstração da fraqueza e da força dos dois ao mesmo tempo”, diz Felipe Nunes.
Nos quatro cenários de primeiro turno analisados — que não incluem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atualmente inelegível —, Lula lidera todas as simulações. Suas intenções de voto variam entre 28% e 33%, dependendo da composição da disputa. Em um dos cenários com maior número de candidatos, Lula registra 30% das intenções de voto. Em seguida, aparecem o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, com 13%, o cantor Gusttavo Lima, que demonstrou interesse em concorrer à Presidência, mas ainda não tem partido, com 12%, e o ex-coach Pablo Marçal (PRTB), com 11%. Ciro Gomes (PDT), veterano em eleições presidenciais, marca 9%, ficando à frente dos governadores Romeu Zema (Novo) e Ronaldo Caiado (União Brasil), ambos com 3%. Nesse cenário, 14% dos eleitores optariam por votos brancos ou nulos, e 5% se declaram indecisos.
Em outro cenário, onde Tarcísio é substituído pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), Lula mantém a liderança com 28% das intenções de voto. Gusttavo Lima e Pablo Marçal aparecem com 12% cada, enquanto Eduardo Bolsonaro soma 11%. Ciro Gomes alcança 10%, Romeu Zema 5%, e Ronaldo Caiado se mantém com 3%. Nesse caso, os votos brancos e nulos permanecem em 14%, e 5% dos eleitores estão indecisos.
O diretor do instituto Quaest, Felipe Nunes, fez uma análise em seu perfil no X sobre os principais resultados da pesquisa:
- Lula lidera em todos os cenários de segundo turno, segundo pesquisa Genial/Quaest. Se a eleição fosse hoje, o presidente venceria todos os possíveis adversários. O cenário mais competitivo seria contra Gusttavo Lima, com Lula obtendo 41% dos votos e o cantor, 35%. Nos outros cenários, Lula supera Eduardo Bolsonaro (44% x 34%), Pablo Marçal (44% x 34%), Tarcísio de Freitas (43% x 34%), Romeu Zema (45% x 28%) e Ronaldo Caiado (45% x 26%).
- Gusttavo Lima se destaca pelo alto reconhecimento e imagem positiva. Com quase 80% de conhecimento nacional, o cantor supera políticos como Tarcísio, Zema e Caiado. Esse reconhecimento é uma vantagem competitiva, já que a visibilidade é essencial para atrair votos.
- Falta unidade na oposição. Apesar de 49% dos eleitores reprovarem o governo Lula, nenhum nome da oposição conseguiu mobilizar totalmente esse eleitorado. Parte dos críticos ao governo optaria por votos brancos, nulos ou abstenção.
- Vantagem de Lula diminuiu em um mês. Em dezembro de 2023, Lula liderava Tarcísio por 26 pontos; agora, a diferença caiu para 9 pontos. Contra Caiado, a vantagem caiu de 34 para 19 pontos no mesmo período, indicando uma queda na popularidade do presidente.
- Potencial de crescimento dos candidatos. Ao analisar a intenção de voto em relação ao grau de conhecimento, Caiado tem 81% de apoio entre quem o conhece, Zema 74%, Tarcísio 62%, Marçal 50%, e Gusttavo Lima e Eduardo Bolsonaro, 44%. Governadores como Tarcísio, Zema e Caiado têm potencial para crescer nacionalmente se conseguirem replicar a imagem construída em seus estados.
- Destaques da pesquisa:
- Jair Bolsonaro permanece como o nome mais forte da oposição, mas está inelegível.
- Fernando Haddad, como ministro da Fazenda, tornou-se a liderança mais rejeitada, com 56% de avaliação negativa.
- Cenários de primeiro turno. Lula mantém um piso histórico de 30% dos votos. Se a oposição se unir em torno de um nome como Gusttavo Lima, ele teria chances de chegar ao segundo turno. Caso a direita se fragmente, o cenário fica imprevisível, abrindo espaço até para Ciro Gomes.
- Eleição 2026 ainda indefinida. 78% dos eleitores não sabem em quem votariam se a eleição fosse hoje. Lula e Bolsonaro têm 9% de intenção de voto cada, mostrando tanto a fraqueza quanto a força dos dois polos políticos.
- Metodologia da pesquisa. A Quaest ouviu 4.500 pessoas entre 23 e 26 de janeiro, com margem de erro de 1 ponto percentual e 95% de confiabilidade. O estudo foi encomendado pela Genial Investimentos.
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