Após a cerimônia de abertura dos trabalhos do Supremo Tribunal Federal (STF) para 2024, os presidentes dos três poderes da República, Lula (Executivo), Rodrigo Pacheco (Legislativo) e Luís Roberto Barroso (Judiciário) se reuniram no lado de fora da Corte para remover os gradis montados em frente ao STF. O ato busca simbolizar o fim do temor por novos ataques após os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
A tensão institucional do governo de Jair Bolsonaro e os ataques de 8 de janeiro foram o tema principal do discurso do presidente Lula durante a cerimônia. “Vocês sentiram na pele o peso do ódio que se abateu sobre o Brasil nesses últimos anos. Sofreram perseguições, ofensas, campanhas de difamação e até mesmo ameaças de morte, inclusive contra seus familiares”, disse o presidente aos ministros do STF.
Lula relembrou que, diante dos ataques do antigo governo contra a Suprema Corte, as principais instituições e grupos políticos democráticos permaneceram ao lado do judiciário. “Juntos, enfrentamos uma ameaça que conhecíamos apenas das páginas mais trágicas da história da humanidade: o fascismo”, afirmou.
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O presidente ainda relembrou a frase proferida pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) durante a disputa eleitoral de 2018, quando declarou que “se quiser fechar o STF, (…) manda um soldado e um cabo”. “Não fecharam nem o Supremo, nem o Congresso, nem a Presidência da República. Pelo contrário. As instituições e a própria democracia saíram fortalecidas da tentativa de golpe”, retrucou Lula.
Sobre os atos de 8 de janeiro, o mandatário elogiou a resposta do Judiciário. “O STF segue cumprindo seu dever, punindo os executores, financiadores, autores intelectuais e autoridades envolvidas no atentado contra o regime democrático. Os que atacam o Judiciário se julgam acima de tudo e de todos. Tentam a todo custo deslegitimar e constranger os responsáveis pelo cumprimento da lei, com o claro objetivo de escaparem impunes”.
O encontro entre os representantes dos três poderes, ao seu ver, representa “a restauração da harmonia entre as instituições e do respeito à democracia”. Ele ainda acrescentou que “quem ama e defende a democracia não pode perder de vista a importância da independência do Judiciário”, e que o regime precisa ser defendido “dos extremistas que tentam fazer dela um atalho para chegar ao poder, corroê-la por dentro, e sobre suas ruínas erguer as bases de um regime autoritário”.
PublicidadeO judiciário foi o último poder a retirar os gradis de frente da sua sede. O Executivo os retirou ainda em maio de 2023, sucedido pelo Congresso Nacional, que determinou a retirada durante a cerimônia de um ano dos ataques de 8 de janeiro.
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