Durante a convenção partidária que oficializou o nome de Roberto Jefferson como candidato à Presidência pelo PTB, na última segunda-feira (1) o deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) afirmou que a postulação dele não é em oposição à Bolsonaro, mas “em apoio a presidente Bolsonaro, para que ele possa expor, sem ser perseguido”.
“O Roberto já é preso, o que poderiam fazer? Colocar na guilhotina pendurado de cabeça pra baixo. não tem mais que o Alexandre fazer contra ele”, afirmou.
Assista o vídeo com as falas do parlamentar.
Também de acordo com Silveira, essas “verdades” a serem ditas seriam contra integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF). “Então o que ele vai fazer é um serviço à sociedade entregando a verdade contra alguns ministros da suprema corte”.
A convenção ocorreu sem a presença de Roberto Jefferson, que segue preso, desde janeiro, em regime domiciliar. A detenção ocorreu dentro do inquérito que corre no Supremo e apura a atuação dele em milícias digitais para produção de ataques à democracia. O relator do caso é o ministro Alexandre de Moraes.
Daniel Silveira também teve prisão determinada por ordem do Supremo no mesmo inquérito.
Jefferson enviou um vídeo aos presentes no qual afirma: “Nossa ação não se opõe a Bolsonaro, confronta a abstenção, preenchendo alguns nichos de opções ao eleitorado direitista. Temos que derrotar esta artimanha. O PTB tem que ter candidato.”
Inelegibilidade de Jefferson
Apesar da convenção, Roberto Jefferson está inelegível devido a uma condenação em 2012, pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A pena, de sete anos e 14 dias de prisão, terminou em 2019, mas a Lei do Ficha Limpa estende a inelegibilidade por julgamentos em colegiados a até oito anos após o cumprimento da pena.
Ex-aliado do PT, Roberto Jefferson foi condenado em 2012 por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no julgamento do mensalão. Ele teve a pena reduzida, após acordo de delação premiada. O escândalo eclodiu em 2005, quando o deputado disse em entrevista à Folha de S. Paulo que o PT mantinha um esquema de compra de apoio dentro do Congresso Nacional. Jefferson também acusou o então ministro, José Dirceu, de ser o mentor do caso.
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