O Conselho Indígena de Roraima, organização representativa de 255 comunidades dos povos Macuxi, Wapichana, Taurepang, Sapará, Patamona, Ingaricó, Wai Wai, Yekuana e Yanomami, divulgou uma nota em que repudia a presença do presidente Jair Bolsonaro em uma área da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, nesta terça-feira (26), desrespeitando as regras de isolamento social e o uso de máscara como prevenção contra a covid-19.
“Sem máscara e provocando aglomeração, Bolsonaro e sua equipe estiveram no começo da tarde em uma comunidade da região Serras, compromisso que estava fora da agenda oficial”, diz a nota. “Também sobrevoaram a região do Rio Cotingo onde há vislumbre de construção de uma hidrelétrica, cujo projeto, que se arrasta há décadas, vai contra os interesses e a vida dos povos dessa região, pois sua construção pode provocar não só a destruição da comunidade Tamanduá, quanto de toda a biodiversidade e do modo de vida dos povos indígenas dessa região”, prossegue o texto.
Bolsonaro passou o dia hoje em Roraima, onde visitou a Operação Acolhida, que recebe refugiados vindos da Venezuela e participou de uma cerimônia pelo aniversário de 106 anos da Assembleia de Deus.
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Em Brasília, o coordenador-geral do conselho indígena Edinho Macuxi, junto com lideranças indígenas de três regiões da TI Raposa Serra do Sol, Serras, Surumu e Raposa, se manifestaram sobre a entrada do presidente na Terra Indígena. “Repudiamos a presença do presidente. Ele não é bem-vindo na nossa terra”, destacaram.
Leia a íntegra da nota:
“O CONSELHO INDÍGENA DE RORAIMA – CIR, organização representativa de 255 comunidades dos povos Macuxi, Wapichana, Taurepang, Sapará, Patamona, Ingaricó, Wai Wai, Yekuana e Yanomami, vem a público repudiar a presença do presidente Jair Bolsonaro na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, nesta terça-feira (26).
PublicidadeSem máscara e provocando aglomeração, Bolsonaro e sua equipe estiveram no começo da tarde em uma comunidade da região Serras, compromisso que estava fora da agenda oficial. Também sobrevoaram a região do Rio Cotingo onde há vislumbre de construção de uma hidrelétrica, cujo projeto, que se arrasta há décadas, vai contra os interesses e a vida dos povos dessa região, pois sua construção pode provocar não só a destruição da comunidade Tamanduá, quanto de toda a biodiversidade e do modo de vida dos povos indígenas dessa região.
Em Brasília, o coordenador-geral do CIR, Edinho Macuxi, junto com lideranças indígenas de três regiões da TI Raposa Serra do Sol, Serras, Surumu e Raposa, se manifestaram sobre a entrada do presidente na Terra Indígena. “Repudiamos a presença do presidente. Ele não é bem-vindo na nossa terra”, destacaram.
A TI Raposa Serra do Sol é lar de 28 mil indígenas que obtiveram após 35 anos, de lutas, mortes de lideranças e conflitos, o direito legal sobre este território, de 1,7 milhão de hectares, sendo assim soberana, e constitucional, a proteção desse território.
Conselho indígena de Roraima, 26 de outubro de 2021”
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