Diante das suspeitas levantadas pelo Ministério Público Federal (MPF), a empresa Google negou ter utilizado o algoritmo de pesquisa para favorecer publicações contrárias ao PL das Fake News, ou para ocultar resultados a favor. Ainda assim, a companhia reafirma a posição contrária ao texto elaborado por Orlando Silva (PCdoB-SP), e considera legítimas as formas como vem participando dos debates.
Tanto o Google quanto outras big techs, como a Meta e o Twitter, foram alvo de campanhas de repúdio na terça-feira (2), no dia em que estava prevista a votação do PL das Fake News. Movimentos favoráveis ao texto acusaram as plataformas de manipular os resultados de buscas em favor de publicações contrárias. As acusações foram levadas ao conhecimento do Supremo Tribunal Federal (STF), onde o ministro Alexandre de Moraes solicitou oitivas na Polícia Federal com os representantes do Google, Meta, Brasil Paralelo e Spotify.
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As empresas foram consultadas pelo Congresso em Foco. A Meta, proprietária das plataformas Instagram, Facebook e Whatsapp, afirmou que não comentará sobre o caso. O Spotify já afirmou que não houve manipulação de resultados, e que as publicações relacionadas ao assunto na plataforma de conteúdo sonoro circularam em desacordo com suas normas. “Pelos termos e condições de publicidade do Spotify, não aceitamos anúncios políticos em nossa plataforma no Brasil. Um anúncio de terceiros foi veiculado por engano e removido assim que o erro foi detectado”, alegam.
O Google já garante que sua posição, favorável ao adiamento da votação e ao prolongamento da discussão do projeto, foi exposta em ambientes legítimos, como seu blog organizacional e o espaço interno de publicidade. “Todos os brasileiros têm o direito de fazer parte dessa conversa e, por isso, estamos empenhados em comunicar as nossas preocupações sobre o Projeto de Lei 2630 de forma pública e transparente”, ressalta a companhia sediada na Califórnia.
A assessoria também relembra que o espaço de publicidade abaixo da aba de pesquisa já foi utilizada em campanhas anteriores, mas que isso não representa uma interferência em sua política de exibição de páginas. “Nossos sistemas de ranqueamento se aplicam de forma consistente para todas as páginas, incluindo aquelas administradas pelo Google”, garante.
Big techs são um dos principais grupos responsáveis pela pressão contrária ao texto do PL das Fake News na Câmara. No entendimento do relator, trata-se de uma resposta ao impacto financeiro gerado pelo seu conteúdo, que prevê critérios objetivos para o ressarcimento de conteúdo jornalístico utilizado pelas plataformas, responsabilização da empresa pelo impulsionamento pago de fake news, entre outras políticas que possam reduzir a margem de lucro.
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