Durante o encontro da Executiva Nacional do PSDB, que ainda ocorre em Brasília nesta quinta-feira (9), o deputado Aécio Neves (PSDB-MG) se pronunciou contra a proposta do presidente Bruno Araújo de deixar de lançar uma candidatura própria pela legenda, que passaria a ocupar o papel de vice em uma chapa formada com a senadora Simone Tebet (MDB-MS) pelo bloco da terceira via nas eleições.
“Considero que, para o país, era necessário que o PSDB tivesse uma candidatura própria para sinalizar ao futuro para o que eu chamo de reinstitucionalização da política. O PSDB ausente nessa eleição é muito ruim para o partido, mas acredito que seja ruim para o país”, declarou Aécio. O deputado coordena junto com Marcus Pestana e outras lideranças tucanas o lançamento da candidatura do ex-governador gaúcho Eduardo Leite, segundo colocado nas prévias.
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Além de entender que a ausência dos tucanos nas eleições presidenciais possa pôr em risco os planos de longo prazo do PSDB, Aécio teme que o apoio a Simone Tebet possa comprometer o desempenho do partido nos pleitos estaduais. “Temo que o PSDB tenha muitas dificuldades, até pelo antagonismo que tem com o MDB, em inúmeros estados. MG é um deles, Goiás, Pará e Bahia também”, apontou.
Outro aspecto visto como negativo por Aécio em uma formalização de apoio da executiva tucana a uma candidatura do MDB é a dificuldade em converter esse apoio formal em votos. “Em alguns estados o que nós já estamos assistindo são candidaturas do PSDB optando entre a candidatura do presidente Bolsonaro e outros pelo ex-presidente Lula. Tudo que nós quisemos evitar até aqui foi justamente essa antecipação do segundo turno nas bases do PSDB”, afirmou.
Aécio Neves também teme pela continuidade da candidatura de Simone Tebet. “Tenho enorme respeito pela senadora Simone, desejo a ela êxito. Seria uma benção se a candidatura dela pudesse se fortalecer e ocupar esse espaço da terceira via, mas eu vejo que ela está tendo dificuldades no seu próprio partido”, declarou. Assim como ocorre no PSDB, o MDB também possui quadros que apoiam as candidaturas de Lula e Jair Bolsonaro.
Por outro lado, o deputado alega que não deverá manter a pressão sobre a cúpula do PSDB caso se mantenha a decisão de apoiar a candidatura de Simone Tebet. “Se essa for a decisão, eu vou respeitá-la. Mas os alertas que eu tinha para fazer estão feitos e registrados. (…) Não podemos passar a impressão de que a nossa disputa interna é maior do que o nosso interesse em apresentar uma alternativa ao país”, anunciou.
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