Simone Tebet*
Este ano teremos uma das mais importantes e acirradas disputas eleitorais da nossa história recente. O fato é que são muitos cargos, inúmeros candidatos e dois enormes desafios: o de conhecer a verdade sobre aqueles que merecerão o voto e o de reconhecer as notícias falsas tão propaladas pelas redes sociais.
É assustador o resultado de estudo recente da USP, que revela existir no Brasil 12 milhões de perfis online que compartilham regularmente notícias falsas nas redes sociais, as chamadas “fake news”, ou, em bom português, mentiras. Pior ainda o fato de 71% das pessoas entrevistadas pela USP acreditarem e se moverem instigadas pela mentira, que acreditam ser verdade.
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Como já parece evidente, as notícias falsas podem contribuir para influenciar escolhas eleitorais, como já aconteceu, por exemplo, nas mais recentes eleições dos Estados Unidos, fortemente influenciada pela divulgação de “fake news” pelas redes sociais.
PublicidadeRecentemente, o Senado debateu o assunto em sessão temática. Ficou claro o enorme temor com os efeitos da propagação de “fake news” sobre os candidatos nas próximas eleições, em todos os níveis. O avanço das redes sociais pode levar não apenas à difusão de informações sobre os candidatos, mas, e principalmente, à desconstrução da sua imagem pelos adversários políticos.
O que mais me preocupa em relação à veracidade do que circula nas redes sociais, tem a ver, diretamente, com o futuro do Brasil enquanto nação democrática: quais são as chances eleitorais daqueles que se negam a utilizar esses artifícios moldados pela falsidade, e que, mesmo assim, se propõem ingressar, ou continuar, na vida política? Haverá, em tempo muito próximo, lugar para os justos e verdadeiros na política? Como já disse em outra oportunidade, ainda caberão, neste mesmo futuro, “almas boas” na política brasileira?
Em se tratando de boas almas, termino valendo-me dos princípios bíblicos, ao me sentir convicta de que não haverá povo que se liberte, a não ser pela verdade. E a verdade virá, sempre, vestida da boa nova.
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