Uma reportagem publicada nesta quarta-feira (17) pelo Metrópoles revela que um grupo de empresários que inclui Luciano Hang, dono da franquia Havan, e Afrânio Barreira, da rede de restaurantes Coco Bambu, se manifesta no Whatsapp em favor de um golpe de Estado em caso de eventual vitória de Lula (PT) sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022. Propostas de violação da lei eleitoral e ataques a instituições também são rotineiros no grupo.
Os empresários temem que, com uma vitória eleitoral do PT, seus negócios possam ser prejudicados. Nas capturas de tela exibidas na matéria, o proprietário do shopping fluminense Barra World, José Koury, chega a afirmar que prefere “um golpe do que a volta do PT”, e que “com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo”.
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Marco Aurélio Raymundo, proprietário da marca de lojas Mormaii, ainda afirma que “o Sete de Setembro está sendo programado para unir o povo e o Exército e ao mesmo tempo deixar claro de que lado o Exército está”, além de defender o uso da violência em favor de Bolsonaro e anunciar que fez a compra de “milhares de bandeirinhas” para que fossem distribuídas em suas lojas.
Ataques ao judiciário também são rotineiros, em especial aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Empresários como Meyer Nigri, fundador da Tecnisa, e José Isaac Peres, sócio da gestora de shoppings Multiplan, se pronunciam constantemente contra o uso de urnas eletrônicas e exigindo a imposição do voto impresso.
Aval de Bolsonaro
O conteúdo das mensagens trocadas entre os empresários pouco difere dos discursos adotados por Jair Bolsonaro. Tentativas de deslegitimar o sistema eleitoral são uma constante de sua retórica, como na reunião que convocou com embaixadores em julho para apresentar informações falsas sobre a segurança das urnas eletrônicas, e em seus constantes ataques às decisões do STF, em especial do ministro Alexandre de Moraes.
A associação de uma vitória eleitoral de Lula e dos candidatos do PT a um retrocesso econômico também é prática recorrente de Bolsonaro. O mesmo vale para seu relacionamento com o Exército: o presidente constantemente se utiliza da função de comandante das forças armadas para intensificar seu atrito com o TSE, contando com apoio do ministro da defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, na empreitada.
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