A Rede Sustentabilidade oficializou nesta quinta-feira (27) apoio à pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República. Em evento, sem Marina Silva, Lula disse que esperava a presença dela e acenou para uma retomada de apoio da ex-ministra.
“Eu na verdade esperava que Marina estivesse aqui”, disse Lula em discurso. “Minha relação com ela é muito antiga, é muito grande. Não sei porque, às vezes, ela demonstra momentos de raiva”, declarou.
Recentemente o partido editou uma resolução em que libera o voto de filiados a Lula ou Ciro Gomes (PDT) e proíbe o apoio a Jair Bolsonaro (PL). Marina, ex-companheira do petista, vem ensaiando apoio a Ciro. Ela foi ministra do Meio Ambiente de Lula entre 2003 e 2008.
“Eu indiquei Marina para ser ministra do Meio Ambiente quando estava em Nova York. Perdi muitas amizades com intelectuais que achavam que iam ser chamados para ministro do Meio Ambiente”, disse Lula.
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A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, também acenou à filiada. Hoffmann disse que Marina é um dos quadros mais importantes da Rede e segundo ela, não há “mágoas do partido” com a ex-ministra. Nas eleições de 2014, Silva foi alvo de campanhas contra o PT enquanto concorria à presidência. Dilma Roussef era a candidata do partido.
O ato contou com a participação dos deputados Túlio Gadelha (Rede-PE), Reginaldo Lopes (PT-MG), Gleisi Hoffmann (PT-SP), Joênia Wapichana (Rede-RO) e do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), um dos coordenadores da campanha do ex-presidente. Além dos prefeitos Edimilson Rodrigues, de Belém, e Txai Silva, de Nova Era (MG).
PublicidadeAntes do evento, Lula esteve reunido com os senadores do MDB Renan Calheiros (AL), Eduardo Braga (AM) e Marcelo Castro (PI). O deputado Túlio Gadelha e Randolfe também se reuniram com o petista e apresentaram um consolidado de propostas de governo voltadas ao desenvolvimento sustentável. Entre as medidas, os parlamentares destacam planos de educação, economia e combate às mazelas do racismo e desigualdade social.
Discurso de Lula
Em fala aos presentes o pré-candidato do PT voltou a afirmar que o presidente Jair Bolsonaro não está alinhado às demagogias católicas ou evangélicas. Segundo ele, Bolsonaro é um “fariseu”.
“Ele [Bolsonaro] é um cidadão que jamais deveria ter chegado à Presidência porque ele mente todo dia. Ele mente, inclusive, utilizando o nome de Deus em vão. Ele não é evangélico, ele não é católico. É um fariseu. É uma pessoa que se utiliza da boa-fé de milhões e milhões de brasileiros evangélicos e católicos que votaram nele”, declarou.
Lula também criticou as falas do presidente que põem em questão a lisura das eleições presidenciais. Recentemente, Bolsonaro falou em uma contagem de votos “paralelas” que devem ser feitas por militares nas eleições deste ano.
“Ele pensa que vai se reeleger assim. Não vai se reeleger. Eles dizem aqui todo dia: ‘Bolsonaro está preparando um golpe, Bolsonaro vai dar golpe’. Vai ter um golpe nesse país: dia 2 de outubro, o povo brasileiro vai dar um golpe no fascismo e vai restabelecer a democracia nesse país”, completou.
Em fala, o petista falou sobre a conclusão do Comitê de Direitos Humanos da ONU segundo a qual o ex-juiz Sergio Moro e os procuradores da Lava Jato violaram os direitos de Lula. “Hoje eu estou alegre. Esta decisão da ONU, para mim, foi uma lavagem de alma extraordinária”, afirmou.
Articulações do PT
Dentro da Rede, Lula ainda encontra resistência entre alguns dos filiados. Entre os integrantes que demonstraram insatisfação com Lula estão a ex-ministra Marina Silva e a ex-senadora Heloisa Helena, ambas ex-filiadas ao PT.
O Psol, que faz federação com o partido, também é resistente em apoiar o petista. Em congresso neste sábado (30) a legenda decidirá se vai apoiar a candidatura de Lula ou lançará o deputado federal Glauber Braga (RJ) como candidato a presidente.
A direção do partido dá como certa aprovação da aliança com o PT e já anunciou que Lula e Gleisi estarão presentes em um evento após o encontro nacional da legenda.
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