Em 10 de março de 2012, o médico Flávio Freitas viajou com a família para Capitólio, em Minas Gerais, e registrou todo o passeio em fotos. Entretanto, uma das imagens chamou a atenção. Uma fissura numa das paredes do cânion ganhou a legenda “essa pedra vai cair” no álbum de fotos no Facebook. Passados 10 anos, o bloco de pedra fotografado pelo médico desabou em cima de três embarcações, provocando a morte de 6 pessoas e deixando outras 20 desaparecidas na cidade turística de Minas Gerais.
“Quando me passaram o vídeo do acidente eu lembrei que eu já havia ido duas vezes de barco lá e que eu já tinha a foto desse mesmo local. Eu peguei o vídeo e fui no meu álbum e vi essa foto, porque tinha me chamado a atenção o tamanho dessa fenda, de cima a baixo na pedra, e uma distância bem grande de afastamento do rochedo em relação ao resto do solo. E eu escrevi ‘essa pedra vai cair'”, conta o médico paulista em conversa com o Congresso em Foco. “É bem triste ver , ainda mais pela minha profissão, a gente luta para salvar vidas e não quer ver morte acontecer, ainda mais de uma maneira tão brutal.
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A publicação da imagem com a “premonição” de Flávio em 2012 correu as redes sociais logo após a tragédia de Capitólio e vários internautas comentaram a respeito, chamando a atenção para a falta de segurança no local.
Alguns anos alguém criticou o turismo sem fiscalização ou regras em Capitólio! A crítica era tanto pela segurança dos turistas qto pela preservação do local! Infelizmente não me lembro o nome da pessoa! Em 2012 vários aqui da região publicaram a foto desse pedaço já partido…(+)
— Sâmia Pedrassi (@samiapedrassi) January 8, 2022
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Nesse caso do deslizamento do paredão em Capitólio tem foto de 2012 mostrando que faltava muito pouco para deslizar. Se tivesse uma equipe com profissionais capacitados, teriam isolado aquela parte faz tempo.
— Wag (@wag) January 8, 2022
6 mortos e 20 desaparecidos
De acordo com o porta-voz do Corpo de Bombeiros, seis pessoas morreram no desabamento. Três embarcações, a princípio, foram atingidas e duas delas afundaram. Há pelos menos 23 vítimas já foram atendidas e liberadas na Santa Casa de Capitólio, duas outras vítimas, com fraturas expostas, na Santa Casa de Piumhi, três estão internadas em estado grave na Santa Casa de Passos, enquanto outras quatro sofreram ferimentos leves e foram levados para o Pronto Socorro de São João da Barra. Duas crianças foram resgatadas sem ferimentos.
A “pedra” do médico ainda está lá. A que caiu é muito maior.