Líder religioso de uma das principais congregações religiosas do Brasil, a Assembleia de Deus Vitória em Cristo, o pastor Silas Malafaia afirmou que o apoio dos evangélicos ao presidente Jair Bolsonaro (PL) é – e deve ser – ideológico.
“A Bíblia também afirma que não pode sair duma mesma fonte, água doce e água amarga. Dito isto, eu queria entender como um cristão, que deve ter os seus fundamentos na Bíblia (fundamentos tais como casamento heterossexual e a valorização da vida), defende uma ideologia que defende casamento gay, aborto e ideologia de gênero. Como é que tal indivíduo consegue ser cristão? Eu queria saber como isso é possível. Na verdade, é impossível um cristão verdadeiro ser de esquerda!”.
A declaração foi dada em entrevista à Revista Veja neste final de semana.
Durante a conversa, o jornalista também indagou o pastor sobre o “marxismo cultural” e família tradicional. De acordo com Malafaia, a família nuclear é último reduto de autoridade da sociedade e por defender isso, a igreja é alvo de ataques do marxismo que, ainda conforme o religioso, pretende “fazer uma sociedade de informes dominada por uma elite política”.
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Malafaia usou, ainda, a entrevista para pedir orações por Bolsonaro e aconselhou que os cristãos coloquem em peso, na hora de votar para presidente, os “valores, muito mais do que pessoas”. O pastor também classificou como “esplendoroso” o trabalho desenvolvido pelo atual governo, inclusive na área social.
Corrupção no MEC
Ao comentar os escândalos de corrupção no Ministério da Educação (MEC) que envolvem acusações de um “balcão de negócios” conduzido por pastores, Malafaia negou que haja provas suficientes para confirmar a acusação. “Até agora não apareceu nada.”
Esta semana, o delegado responsável pelo caso do MEC, Bruno Calandrini, solicitou a prisão de integrantes da cúpula da Polícia Federal (PF) ao Supremo Tribunal Federal. Calandrini alega interferência do alto comando da corporação nas apurações do caso.
O delegado chefiou a operação que levou à prisão o ex-ministro Milton Ribeiro. O pedido dele foi remetido à ministra Cármen Lúcia, que também está encarregada do inquérito sobre as acusações de tráfico de influência no MEC.
Marcha para Jesus
O pastor Silas Malafaia participou no último sábado (14), ao lado do presidente Jair Bolsonaro, da Marcha para Jesus Rio 2022.
Diante dos fiéis, Malafaia fez uma oração pelo presidente, a quem chamou de “messias” e pela esposa dele, Michelle Bolsonaro.
Durante o evento, Bolsonaro convocou os participantes a estarem presentes nos atos do Sete de Setembro em apoio ao atual governo. Ao discursar, o presidente afirmou que o Brasil está “condenado a ser cristão”.
Durante a Marcha, o pastor Silas Malafaia retomou o discurso de risco de fraude nas eleições e falou sobre risco de invasão de hackers, mas não afirmou como isso poderia ocorrer, já que as urnas eletrônicas não são conectadas à nenhuma rede de internet.
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