Na manhã deste domingo (21), cerca de 44,7mil pessoas são esperadas para escolher o candidato de sua preferência para concorrer em nome do PSDB nas eleições presidenciais de 2022. Dos três nomes que dividem o pleito, dois dividem o topo das expectativas: João Dória, governador de São Paulo, e Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul.
Para o ex-deputado Marcus Pestana, um dos mais antigos membros do partido, a diferença de votos entre os dois principais candidatos será necessariamente um resultado acirrado. “Se você me perguntar, eu não sei o resultado de amanhã. Depende de muitas variáveis. Conhecendo a estrutura do partido, eu diria que a diferença vai ser algo entre 3% e 5%”, antecipou em conversa com o Congresso em Foco na véspera das prévias.
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Essa margem, por outro lado, vai depender de duas variáveis para se concretizar: o número de abstenções e o coeficiente de traição, ou seja: a quantidade de pessoas que anunciaram apoio a um candidato mas que mudam de lado no momento da votação. “Como diria o mestre Tancredo Neves, quando o voto é secreto, dá uma vontade enorme de trair”, brincou o ex-deputado e também coordenador das prévias.
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Uma forma de tornar os candidatos mais conhecidos
As prévias do PSDB são a segunda vez na história da Nova República em que um partido abre uma consulta à maioria de seus membros, tanto dirigentes quanto militantes, para a escolha de um candidato à presidência. O episódio anterior ocorreu em 2002, quando o PT realizou um processo semelhante que levou a legenda a escolher Lula como candidato, eleito presidente no mesmo ano.
PublicidadePestana explica que o PSDB procura alcançar três objetivos com as prévias. O primeiro, dar visibilidade aos possíveis presidenciáveis da sigla. “Nossos candidatos são muito menos conhecidos do que Ciro Gomes, e nem se comparam com Lula e Bolsonaro, com quase 100% de conhecimento nas pesquisas. 60% da população nunca ouviu falar em Eduardo Leite e Arthur Virgílio. Dória é um pouco diferente nessa questão, mas não muito. Então tínhamos que tornar nossos candidatos mais conhecidos”.
Outro objetivo é dar unidade ao direcionamento dos votos entre os membros que ocupam cargos a nível municipal e seus devidos eleitores. “Temos muitos prefeitos, vereadores e deputados estaduais que nunca participaram das decisões nacionais. Com isso, nos traíam com Collor, Lula e Bolsonaro. E não era por falta de caráter, era porque eles não eram mobilizados, e acabavam não criando um sentimento de pertencimento ao partido”, declarou. Por fim, as prévias procuram dar maior legitimidade ao candidato escolhido pelo partido.
A votação segue acontecendo até as 15h em um sistema híbrido. Para a maioria dos membros do partido, são feitas em modalidade virtual, por meio de um sistema com verificação em duas etapas e dois reconhecimentos faciais. Para governadores, prefeitos, vices, senadores, deputados e dirigentes, as prévias acontecem presencialmente em um encontro do partido em Brasília. Às 17h, será anunciado o vencedor.
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