O relatório anual do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes) apontou que a estimativa da taxa de desmatamento na Amazônia Legal Brasileira foi de 13.235 km², no período de 1 de agosto a 31 de 2021, a mais alta taxa desde 2006. Esse valor representa um aumento de 21,97% em relação a taxa de desmatamento apurada pelo Prodes 2020 que foi de 10.851 km2.
O Prodes é um projeto do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), unidade vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), que monitora o desmatamento por corte raso na Amazônia Legal e produz desde 1988 as taxas anuais de deflorestamento na região
O relatório considera como desmatamento a remoção completa da cobertura florestal primária por corte raso, independentemente da futura utilização destas áreas. A estimativa da taxa 2021 foi calculada a partir da análise de 106 cenas prioritárias de todos os estados da ALB. O mapeamento é feito com base em imagens do satélite Landsat ou similares, para registrar e quantificar as áreas desmatadas maiores que 6,25 hectares.
Leia também
Dado foi omitido na COP26
Em sua participação na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), em Glasgow, na Escócia, tanto o ministro do Meio Ambiente, como o presidente Jair Bolsonaro em video, omitiram os dados sobre o desmatamento na Amazônia ao divulgarem meta de redução de emissão de carbono durante a abertura da participação brasileira no evento.
Em descompasso com a realidade do desmatamento apontado pelo Inpe, o presidente Jair Bolsonaro chegou a dizer no vídeo apresentado na COP26 que “no combate à mudança do clima, sempre fomos parte da solução, não do problema”
De acordo com Cristiane Mazzetti, porta-voz da campanha da Amazônia do Greenpeace, na média, houve um aumento de 52,9% na área desmatada nos três anos de governo Bolsonaro (média de 11.405 km² entre 2019 e 2021) em relação à média dos três anos anteriores (média de 7.458 km² entre 2016 e 2018). “O governo atual, com sua política antiambiental, elevou drasticamente o patamar de desmatamento na maior floresta tropical do planeta. Estes são níveis inaceitáveis perante à emergência climática que vivemos no Brasil e no mundo, com extremos climáticos e seus impactos cada vez mais devastadores e frequentes”, comenta Cristiane. “E essa situação só vai piorar, se o Senado aprovar o PL da Grilagem, que beneficia invasores de terras públicas e incentiva ainda mais desmatamento”, completa.
PublicidadeNo período em que a taxa foi medida, 32% dos alertas de desmatamento se concentraram nas Florestas Públicas Não Destinadas, alvo frequente de grilagem de terras. A última audiência pública do Senado para discutir o PL 2633/2020, já aprovado na Câmara dos Deputados deve acontecer na próxima semana, com isso a matéria pode ser votada em Plenário logo na sequência.
Deixe um comentário