O fundador do SBT, Silvio Santos, morto neste sábado (17), coleciona uma longa trajetória dentro e fora da TV. Nascido no Rio de Janeiro, Senor Abravanel, nome de batismo, começou a trabalhar como camelô aos 14 anos, no centro da capital fluminense. Aos 18 anos, serviu na Escola de Paraquedistas do Exército, em 1948. Paralelo à carreira militar, Silvio trabalhava como locutor voluntário na Rádio Mauá.
Após deixar o Exército, ele retomou a atividade de vendedor ambulante, enquanto continuava apresentando programas de rádio, com passagens pela Rádio Tupi e pela Rádio Continental. Em 1954, Silvio assinou contrato como locutor na Rádio Nacional de São Paulo, onde conheceu o empresário, radialista e jornalista Manuel de Nóbrega.
Na época, o empresário convidou Silvio para animar o programa dele na Rádio Nacional. A parceria entre Silvio e Nóbrega levou o apresentador a assumir o comando do “Baú da Felicidade”, em 1958. A empresa de Nóbrega vendia carnês que podiam ser trocados por mercadorias e concorriam a prêmios. Silvio salvou o Baú da falência e o manteve sob comando até sua morte.
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Da TV ao palanque
Ainda em 1958, o dono do Baú estreou nas telinhas como apresentador do programa “Hit Parade”, da TV Paulista. No mesmo canal, ele se tornou apresentador do “Vamos brincar de forca”, no ano de 1962. No ano seguinte, a TV Paulista foi vendida para TV Globo, onde o “Programa Silvio Santos” entrou no ar. Silvio também passou pela TV Tupi e pela TV Rio. Em 1975, ele adquiriu o canal 11 do Rio de Janeiro, onde colocou no ar o Sistema Brasileiro de Televisão, SBT, em 19 de agosto de 1981.
Foi no SBT que Silvio Santos se consagrou como um dos maiores comunicadores do Brasil. Famoso pela capacidade de cativar o público, o apresentador se candidatou à presidência da República em 1989 pelo PMB (Partido Municipalista Brasileiro), substituindo Armando Corrêa.
Apesar de ter causado alvoroço entre os eleitores, a candidatura de Silvio foi impugnada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) . O órgão alegou que havia irregularidades na substituição de última hora. Além de questionar se o dono do Baú preenchia os requisitos necessários para concorrer à presidência. Segundo o TSE, a condição de concessionário de serviço público também impedia a legibilidade de Silvio. Mesmo com a impugnação, a candidatura do comunicador ficou marcada como um momento inusitado da política brasileira.
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