As diretrizes de uso de medicamentos do “kit covid” em ambulatórios hospitalares foram rejeitadas em votação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). O conjunto de remédios propagado pelo presidente Bolsonaro durante a pandemia para uso contra a covid não tem eficácia comprovada.
Por sete votos a seis, a comissão aprovou um relatório que trazia evidências contra o uso de remédios como a cloroquina, azitromicina e ivermectina no tratamento de pacientes com covid-19 na rede pública de saúde, na terça (7).
A Conitec tem o papel de aconselhar o Ministério da Saúde na adoção de tratamentos no SUS.
“Alguns medicamentos foram testados e não mostraram benefícios clínicos na população de pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados, sendo eles: hidroxicloroquina ou cloroquina, azitromicina, lopinavir/ritonavir, colchicina e plasma convalescente. A ivermectina e a associação de casirivimabe + imdevimab não possuem evidência que justifiquem seu uso em pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados nessa população”, diz o parecer votado.
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Votaram contra o uso do kit covid:
– Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde;
– Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde;
– ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar);
– CNS (Conselho Nacional de Secretários de Saúde);
– Conass (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde);
– Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde);
– Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Votaram a favor do uso do kit covid:
– Secretaria Executiva do Ministério da Saúde;
– Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde;
– Secretaria de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde;
– Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde;
– Secretaria Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde;
– CFM (Conselho Federal de Medicina).
O relatório foi analisado pela Conitec em outubro, mas o colegiado não chegou em um consenso e a votação terminou em empate. No encontro anterior, o representante da Anvisa deixou a reunião sem registrar seu voto.
O protocolo segue para a análise do secretário Hélio Angotti Neto, da secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégico em Saúde do Ministério da Saúde.
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