A delegada Cecilia Ceconello, da Polícia Civil do Paraná, espantou a todos com a entrevista que concedeu na manhã desta sexta-feira, na qual faz um tremendo malabarismo para concluir que não houve motivação política no assassinato do petista Marcelo Arruda pelo bolsonarista Jorge Guaranho no fim de semana em Foz do Iguaçu.
A conclusão de Cecilia é espantosa pelo próprio relato que ela mesma faz. Seguindo a lógica do raciocínio da própria delegada, é impossível não fazer a cada uma das respostas que ela própria dá a mesma pergunta repetidamente: “Como assim, não houve motivação política?” Com todo o respeito à delegada, fica uma dúvida: não será que a motivação política está justamente na ginástica retórica dela para afastar a motivação política do crime?
De acordo com a própria delegada responsável pelo inquérito, Jorge Guaranho teria atirado em Marcelo Arruda porque se sentiu ofendido pelo fato de os dois terem discutido e Marcelo ter atirado contra seu carro pedra e terra.
Vamos, então, à primeira questão. Ora, por que Marcelo e Jorge discutiram? Por que, tomando como verdade o relato da delegada fruto da sua investigação, Marcelo atirou pedra e terra no carro de Jorge? Por que Jorge, então, ofendido, voltou ao local e disparou tiros contra Marcelo e tinha a intenção também de atirar em outras pessoas na festa? Como assim, a motivação por trás disso tudo não foi política?
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A delegada ainda acrescenta no seu relato que Jorge tinha recebido a informação de que havia no clube uma festa com temática do PT. E que resolveu se encaminhar para lá no seu carro colocando em som alto uma música de apoio a Bolsonaro. Para provocar, usando as palavras da delegada. Como assim, a motivação por trás disso não foi política?
A delegada afirma que Jorge voltou, segundo os autos, “porque se sentiu ofendido com essa escalada da discussão, do acirramento da discussão entre os dois”. A uma pedra, segundo a delegada, e um punhado de terra, Jorge respondeu dando tiros. Como assim, o motivo do acirramento de tal discussão não foi político?
A conclusão final da delegada Camila Ceconello é de pasmar. “Para você enquadrar em crime político, tem que enquadrar em alguns requisitos. É complicado a gente dizer que esse homicídio ocorreu porque o autor queria impedir os direitos políticos da vítima”.
Marcelo Arruda está morto. De que forma a delegada Camila Ceconello imagina que ele possa agora continuar a exercer os seus direitos políticos? Como assim, não houve motivação política.
O que me deixa indignado é esse descaramento essa desfaçatez dessa delegada que deve ser uma bolsominia doente , dizer que não houve motivação política na pratica desse assassinato covarde , imbecil , pois se não houve motivação política foi o quê?