No nosso comentário de ontem, comparávamos as eleições com um campeonato de futebol. E dizíamos que os candidatos, com as entrevistas desta semana ao Jornal Nacional, entravam em uma fase decisiva. Para cada um, contudo, com expectativas diferentes quanto ao desempenho necessário.
Jair Bolsonaro, do PL, candidato à reeleição, como precisa avançar sobre seu principal adversário, Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, até a essa altura para garantir que haja segundo turno, não poderia sair da entrevista com um empate. Um empate para ele seria uma derrota.
Ciro Gomes, do PDT, até poderia agora ceder um empate ao time de William Bonner e Renata Vasconcellos. É verdade, Ciro precisa ganhar muitos pontos neste pouco mais de um mês que falta até as eleições. Ele está mais de vinte pontos percentuais atrás de Bolsonaro. Mas, principalmente, neste momento Ciro precisa evitar a perda de seus eleitores que, diante do seu desempenho, têm sido pressionados a migrar para um voto útil em Lula. Se com a sua performance Ciro tiver evitado esse movimento, a entrevista terá sido um bom resultado para ele.
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Mas dizíamos no comentário de ontem que Lula, diante da sua vantagem, poderia até sair da entrevista perdendo por pouco. Pedimos licença, então, aos leitores para uma pequena correção de rumo. Dada a tendência demonstrada pelas últimas pesquisas divulgadas, Lula perder, ainda que seja por pouco, pode ser a essa altura um forte mau negócio para ele.
Duas pesquisas foram divulgadas nesta quinta-feira (25), dia em que Lula enfrentará a inquisição de Bonner e Renata. E ambas acentuam uma direção que outras pesquisas antes mostraram: Lula estacionado e Bolsonaro se aproximando dele. No caso da pesquisa do Instituto Ideia para a revista Exame, a vantagem de Lula sobre Bolsonaro é de oito pontos percentuais. Lula manteve os mesmos 44% da rodada anterior e Bolsonaro subiu três pontos, para 36%.
Na pesquisa Atlas/Arko, Lula tem 46,7% e Bolsonaro tem 38,3%. Uma diferença de 8,4 pontos percentuais. Com relação à rodada anterior, ambos subiram. Lula tinha 44% e Bolsonaro 34%.
Ao contrário de pesquisas recentes como a última do Datafolha, esses dois levantamentos já não indicam a possibilidade de vitória de Lula no primeiro turno. E mostram o candidato do PT com uma vantagem inferior a dez pontos percentuais.
Ou seja, não parece prudente imaginar a essa altura que Lula ainda tenha vantagem tão confortável que lhe garanta alguma derrapada mais tarde no Jornal Nacional. Parece importante para ele que a tribuna que a TV Globo oferece aos candidatos seja bem aproveitada como ferramenta para conter essa tendência de aproximação de Bolsonaro.
A julgar pelo que aconteceu nas entrevistas de Bolsonaro e de Ciro, Lula deve encontrar esta noite em Bonner e Renata entrevistadores menos agressivos do que foram em 2018. Mas não menos incisivos. E as caras e bocas e os sorrisos de ironia que Bonner ensaiou com Bolsonaro ele provavelmente repetirá com Lula.
Isso não era diferente no caso de Bolsonaro: Lula e a sua equipe sabem a essa altura quais são os temas mais duros que ele certamente será levado a abordar na entrevista. Lula foi condenado e preso como consequência do escândalo do petrolão. Impossível que Bonner e Renata não explorem esse fato. E Lula terá de ter uma resposta melhor do que simplesmente dizer que a Justiça reviu as condenações. O convencimento do eleitor que não vota em Lula a esse respeito necessita de mais do que isso.
O que talvez facilite para Lula é que, a respeito desse tema, ele já tenha tido que dar diversas explicações. Até na barra da Justiça. Talvez Bonner e Renata não sejam agora inquisidores piores do que foram Sergio Moro e Deltan Dallagnol.
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