Com 70.995 votos, o ‘filho 02’ do presidente Jair Bolsonaro, Carlos Bolsonaro (Republicanos), foi reeleito vereador da capital do Rio de Janeiro. Aos 37 anos, Carlos caminha para o sexto mandato consecutivo na Câmara Municipal do Rio. Ele foi eleito pela primeira em 2000, aos 17 anos.
Mesmo com a dedicação do pai, que pediu votos para o filho em várias lives, Carlos perdeu mais de 35 mil votos em relação a 2016. Há quatro anos, ele angariou 106.657 votos, sendo o vereador mais votado do Rio de Janeiro e o terceiro do Brasil. No último pleito municipal, a popularidade de Bolsonaro estava em ascensão, pavimentando o caminho que o elegeu presidente em 2018.
Em uma das transmissões, Jair Bolsonaro pediu votos ao filho para que ele continuasse o ajudando em Brasília. “Trabalha igual a um condenado nas mídias sociais, é meu filho, né? Sou suspeito para falar dele. Quem puder colaborar, não tem candidato ainda, ajude Carlos Bolsonaro a ser reeleito, porque vai continuar me ajudando bastante em Brasília”, disse em uma live no dia 29 de outubro.
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O segundo filho do presidente é tido como o “pitbull” da família e coordenador da estratégia digital do presidente, incluindo o chamado “gabinete do ódio”. A estrutura, que funciona no Palácio do Planalto, foi revelada pelo jornal Estado de S. Paulo e tem por objetivo ataques a opositores do governo.
Segundo candidato a vereador mais votado da cidade, Carlos ficou atrás do candidato Tarcisio Motta, do Psol, um dos principais partidos de oposição ao governo federal.
A mãe de Carlos e primeira esposa de Jair Bolsonaro, Rogéria Bolsonaro, também do Republicanos, não foi eleita. Ela obteve pouco mais de 2 mil votos e, pela segunda vez, Carlos “derrotou” a mãe. A primeira vez foi no ano 2000, quando, já separada de Jair, foi preterida pelo filho Carlos, que herdou o espólio do então deputado federal na cidade. Sem o apoio público do presidente, Rogéria contou com o respaldo do terceiro filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Boa eleição a todos.@CarlosBolsonaro @rbolsonaro38 pic.twitter.com/tyZaUwsUL2
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) November 15, 2020
Investigações
Assim como o irmão mais velho, Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Carlos também é alvo de investigações pelo Ministério Público do Rio. O órgão apura apropriação dos salários de funcionários “fantasmas” na Câmara Municipal. Ao todo, 11 servidores que já trabalharam no gabinete de Carlos estão sob investigação do Ministério Público.
As investigações, que ainda se encontram na fase inicial, são semelhantes às que levaram à denúncia de Flávio por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no âmbito do processo das “rachadinhas” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Também ocuparão uma cadeira na Câmara Municipal do Rio a partir de 2021 o pai de Rodrigo Maia (DEM-RJ), o ex-prefeito Cesar Maia (DEM), e o ex-deputado federal Chico Alencar (Psol).
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