Pesquisa do Instituto Opinião feita para o Congresso em Foco revela que a população tem grande desconfiança em relação às polícias militar e civil. De acordo com o levantamento, 48,9% dos brasileiros confiam pouco e 15,5% não confiam na Polícia Militar. Em relação à Polícia Civil os percentuais são próximos: 47,7% confiam pouco e 14,7% não confiam. O país também se divide quanto aos seus sentimentos em relação às polícias: 46,6% afirmam que têm mais confiança que temor das forças policiais estaduais (PM e Civil), enquanto 45,5% relatam que mais temem do que acreditam nos policiais.
Entre as corporações consideradas na pesquisa, a mais bem avaliada é a Polícia Federal: 41,3% confiam muito na PF, ao passo que 39,8% confiam pouco e 12,2% não confiam. Acusada recentemente de ter sido instrumentalizada politicamente em favor de Jair Bolsonaro e em meio ao assassinato de Genivaldo de Jesus, em Sergipe, a Polícia Rodoviária Federal enfrenta desconfiança maior: 42,1% confiam pouco e 13,6% não confiam. Outros 37,9% confiam muito.
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“Vivemos em uma sociedade violenta. Basta ver os índices alarmantes de crimes que assolam o país. Isso se reflete nos números da pesquisa. O ‘empate técnico’ entre os que acham a polícia violenta e os que apoiam os métodos adotados pelos agentes de segurança reforçam uma ambiguidade da sociedade brasileira, que teme a polícia em vez de se sentir segura com a ação dela, mas não se indigna quando assistimos casos de mortes provocados durante ações da polícia”, avalia o sociólogo Arilton Freres, diretor do Instituto Opinião e coordenador da pesquisa, ao lado do estatístico Claudio Rui Santos.
A pesquisa também mostra que 51,8% dos brasileiros apoiam a edição de um decreto para regulamentar armas de fogo, reduzindo o número de armas por colecionadores e atiradores (Cacs) e centralizando o controle na Polícia Federal. Outros 22,7% são contrários. O levantamento também indica que oito em cada dez brasileiros apoiam a obrigatoriedade de uso de câmeras em uniformes policiais.
O levantamento ouviu 2 mil eleitores entre os dias 16 e 19 de agosto em todo o país. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, com 95% de confiabilidade para o resultado geral. As respostas foram coletadas por telefone por entrevistadores humanos. Foram feitos sorteios aleatórios na base de dados, sistemáticos, com critério de divisão geográfica, sexo, escolaridade e faixa etária.
Veja os dados:
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