Um em cada quatro brasileiros não consegue pagar todas as contas do mês, indica uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O levantamento também mostrou que a cada cinco brasileiros, pelo menos um precisou pedir empréstimo ou contrair dívidas nos últimos doze meses.
As contas de luz e água são as que mais têm sido atrasadas. Trinta e quatro por cento dos entrevistados já atrasaram contas de luz ou água, 19% deixaram de pagar o plano de saúde e 16% tiveram de vender algum bem para quitar dívidas. Sem conseguir sair do negativo, a maioria da população (64%), precisou cortar gastos desde o início do ano.
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Além da redução de despesas com lazer e itens de uso pessoal, como roupas e calçados, o orçamento apertado também trouxe mudanças no dia a dia do brasileiro, como parar de comer fora de casa (45%), diminuir gastos com transporte público (43%) e deixar de comprar alguns alimentos (40%).
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“O estudo mostra os efeitos da situação econômica do país nos hábitos da população. O aumento de preços de produtos como gás de cozinha, alimentos e combustível impacta diretamente no orçamento das famílias e isso reflete na redução do consumo de uma forma mais ampla”, disse o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.
A pesquisa CNI avaliou, ainda, a percepção da população sobre os aumentos. Gás de cozinha lidera o ranking de produtos cujos preços mais subiram nos últimos seis meses na percepção da população. Nesta edição da pesquisa, 68% disseram que o valor do gás está maior contra 56% em abril.
PublicidadeEm seguida, aparece os itens alimentos, conta de luz e combustível. Mais da metade dos brasileiros destacam o aumento desses itens. A percepção de alta dos preços de itens como arroz e feijão e carne vermelha também cresceu bastante em relação à pesquisa de abril, com aumento de mais de 10 pontos percentuais em julho.
Diante do aumento dos preços, a maioria da população (68%) pechinchou antes de fazer uma compra este ano e utilizou o cartão de crédito (51%). O famoso “comprar fiado” fez parte da realidade de 3 em cada 10 brasileiros este ano, mais que cheque especial, crédito consignado ou empréstimo com outras pessoas, que tiveram menos de 15% de uso cada um entre os entrevistados.
A pesquisa encomendada pela CNI para o Instituto FSB Pesquisa é a segunda realizada no ano com foco na situação econômica e hábitos de consumo da população. Foram entrevistados, presencialmente, 2.008 cidadãos em todas as unidades da federação entre os dias 23 e 26 de julho.
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