Dezenas de cidades realizam protestos neste sábado (5) contra o assassinato do congolês Moïse Kabagambe, de 24 anos, espancado até a morte por um grupo de homens em um quiosque na Barra da Tijuca, no Rio, no último dia 24. Cerca de 200 entidades apoiam os protestos.
No Rio, a manifestação ocorreu no quiosque onde o jovem foi morto e reuniu centenas de manifestantes, familiares da vítima e imigrantes africanos. Em Brasília, um ato foi realizado em frente ao Palácio do Itamaraty. Já em São Paulo a concentração se deu no Masp, na Avenida Paulista. Os protestos pediam justiça e pregavam contra a xenofobia, a discriminação racial e o genocídio negro.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), anunciou que o quiosque Tropicália será transformado em um memorial à cultura africana e deverá ser administrado pela família de Moïse. O rapaz foi assassinado após cobrar o pagamento por dois dias de serviços prestados ao quiosque. Três pessoas foram presas pelo assassinato, captado por câmera de segurança do local.
Vários parlamentares foram às redes sociais para reivindicar punição aos responsáveis pelo assassinato do trabalhador. Em diversas cidades os manifestantes também lembraram a morte de Durval Teófilo Filho, negro assassinado esta semana por um vizinho que alega que o confundiu com um “bandido” no Rio.
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) e as deputadas Fernanda Melchionna (Psol-RS), Natália Bonavides (PT-RN) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ) usaram seus perfis para registrar os protestos em São Paulo, no Rio Grande do Sul, no Rio Grande do Norte e no Rio de Janeiro. “Ocupamos as ruas de Natal para fazer ecoar o grito por justiça. O jovem Congolês Moïse Kabagambe foi assassinado de forma brutal no Rio de Janeiro. Exigimos justiça para Moïse”, destacou Natália Bonavides.
Participei do ato que exige que se faça justiça para Moise Kabagambe, vítima de assassinato brutal por racismo e xenofobia. Relatei a Lei de Migração, que prevê acolhida e direitos para quem vem reconstruir a vida no Brasil. Exigimos urgência do governo do RJ. #JusticaPorMoiseJa pic.twitter.com/aUCA3ZmrNd
Publicidade— Orlando Silva (@orlandosilva) February 5, 2022
Ocupamos as ruas de Natal para fazer ecoar o grito por justiça. O jovem Congolês Moïse Kabagambe foi assassinado de forma brutal no Rio de Janeiro. Exigimos justiça para Moïse, Marielle, Gabriel e por todas as vidas pretas ameaçadas e assassinadas. Vidas Negras importam! pic.twitter.com/hTzjeDF9Kg
— Natália Bonavides (@natbonavides) February 5, 2022
Porto Alegre também exige justiça para Moïse!
📸 @josielrodrs#justicaparaMoise pic.twitter.com/3J9yb04gNy— Jandira Feghali 🇧🇷🚩 (@jandira_feghali) February 5, 2022
A comunidade congolesa está no ato que acontece agora na frente do quiosque Tropicália, local onde o jovem Moïse foi espancado até a morte.
O ato denuncia o racismo e a xenofobia que motivaram o crime e pede por justiça para Moise Karbamgabe.
Vídeo / Mídia NINJA pic.twitter.com/sWmnq0G5gj
— Fernanda Melchionna (@fernandapsol) February 5, 2022
A República Democrática do Congo é o segundo maior país do continente africano e um dos mais pobres do mundo. Embora a guerra civil tenha sido declarada encerrada em 2003, o país continua a ser cenário de confrontos violentos entre diferentes etnias e disputas por recursos naturais. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 5 milhões de congoleses, como Moïse, deixaram o Congo fugindo da violência.
Bancadas acionam Justiça e ONU em resposta ao assassinato de Moïse
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