Durante um encontro com representantes do setor cultural em Alagoas nesta sexta-feira (17), o ex-presidente Lula criticou não apenas o novo reajuste do preço dos combustíveis anunciado pela Petrobras, mas também a falta de uma resposta eficaz do governo para deter os sucessivos aumentos. Na avaliação de Lula, o presidente Jair Bolsonaro perdeu o controle da estatal, e o teto do ICMS sobre combustíveis não vai surtir efeito.
A principal crítica do ex-presidente diz respeito à dificuldade de Bolsonaro em conseguir revogar a Paridade de Preço Internacional (PPI) do barril de petróleo, apontada por ele como principal responsável pelos aumentos dos combustíveis. “O presidente da república diz que não consegue mudar. Que tipo de presidente é esse? O cara já não consegue controlar o Orçamento da União porque criaram o orçamento secreto, não consegue mexer no preço da eletricidade, do gás de cozinha, do óleo diesel porque diz que a Petrobras é quem manda”, apontou.
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De acordo com Lula, a dificuldade de Bolsonaro em lidar com os preços dos combustíveis é sintoma de um problema de perda da soberania nacional. “Sabem quantas empresas tem hoje importando gasolina? Temos 392 empresas importando gasolina dos Estados Unidos, a preço internacional. Ora, por que eu tenho que impor o preço internacional em uma coisa nacional? Por que eu tenho que impor o preço internacional a um produto extraído com o salário do trabalhador nacional? Sabem o que significa? Perda de soberania. Significa que o país está perdendo o direito de decidir as suas coisas”, declarou.
O candidato ainda comentou sobre o Projeto de Lei Complementar 18/2022, aprovado no Congresso Nacional, que limita a incidência do ICMS sobre combustíveis. “Agora o cara inventou que a solução do mundo é reduzir o ICMS. Eu vou contar uma coisa para vocês: ele vai reduzir o ICMS, e tudo que ele vai fazer é prejudicar os estados, porque vai faltar dinheiro para educação, vai faltar dinheiro para a saúde; e o preço da gasolina, que ele disse que vai abaixar, a Petrobras já aumentou hoje”, disse.
O teto do ICMS foi aprovado no Congresso na última quarta-feira (15), e era defendido pelo governo como a principal medida em curto prazo para deter o avanço do preço dos combustíveis. Ainda antes da sanção presidencial, a Petrobras anunciou o novo aumento nos preços da gasolina e do diesel, os dois produtos de maior preocupação dos defensores do projeto.
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