O show do cantor sertanejo Gusttavo Lima em Brasília, no último sábado (21), foi marcado por um discurso de viés político com frases comuns ao presidente Jair Bolsonaro. Do palco, o narrador de rodeios Cuiabano Lima, que foi garoto propaganda do Auxílio Emergencial e já discursou em manifestações bolsonaristas, gritou frases como “aqui nunca vai ser o comunismo”.
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“A sua família é sua riqueza e nós temos que defender e acreditar. Porque na vida é Deus, pátria e família“, disse. Em seguida, complementou: “E a gente tem que conquistar essa porra porque o Brasil é nosso (…) O que o sertanejo tem de melhor? Nós temos aquilo que o brasileiro gosta que é a simplicidade, que é o jeito de conversar, de tomar uma, levantar cedo dormir tarde acordar, pedi benção pro pai ou pra mãe. Isso e a verdade que a gente tem que acreditar (…) Porque aqui nunca vai ser o comunismo e sim uma democracia”.
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O show do cantor sertanejo aconteceu no estádio Mané Garrincha e contou com aproximadamente 60 mil pessoas. Gustavo Lima já declarou apoio publicamente ao presidente Jair Bolsonaro. Em 2020 ele causou polêmica nas redes sociais ao publicar uma foto com um fuzil em aulas de tiro nos Estados Unidos com a legenda “hoje em dia o Brasil só está desarmando cidadão de bem” com a hastag #bolsonaro2018.
O discurso de Cuiabano durante o show se soma a outras manifestações pró-Bolsonaro em eventos sertanejos. No dia 14 de maio, o cantor Zé Neto da dupla Zé Neto e Cristiano usou tempo de um show que fez para criticar a Lei Rouanet e disparar contra a cantora Anitta, que tem se posicionado contra o presidente.
Publicidade“Sorriso, Mato Grosso, um dos Estados que sustentou o Brasil durante a pandemia”, diz o cantor. “Nós somos artistas que não dependemos de Lei Rouanet, o nosso cachê quem paga é o povo, a gente não precisa fazer tatuagem no ‘toba’ pra mostrar se a gente tá bem ou não, a gente vem simplesmente aqui e canta”, disse na ocasião.
Quem é Cuiabano?
Em 2020 Cuiabano Lima estrelou uma campanha da Caixa Econômica Federal ao lado de Gusttavo Lima para divulgação da Mega Sena da Virada. O cachê na época foi de R$ 36 mil. Outros contratos com o banco vieram posteriormente.
Em 2021, durante a pandemia, ele se tornou a principal estrela da campanha publicitária para divulgação do Auxílio Emergencial.
Locutor de odeio Cuiabano Lima também foi o mestre de cerimônias do presidente Jair Bolsonaro durante de atos pró-governo, um deles, organizado por ruralistas e religiosos. Vestidos de verde e amarelo, os participantes protestavam contra as medidas de isolamento social para combater a covid-19, pediam “intervenção divina” e anunciavam: “Bolsonaro, eu autorizo”, em alusão a uma tentativa de golpe militar.
Este ano, Cuiabano Lima participou de um evento do PL com o presidente que se pretendia a ser o lançamento da pré-candidatura de Bolsonaro à reeleição.
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