A recente decisão de partidos do Centrão de apoiarem a proposta de emenda à Constituição (PEC) que adia as eleições de outubro para novembro não inclui todas as siglas do grupo. Apesar de PP e Republicanos agora apoiarem a medida, o PL se mantém contra.
O líder do PL na Câmara, Wellington Roberto (PB), anunciou que a legenda vai fechar questão contra a proposta. Em fala veiculada pelo canal do partido no YouTube, o deputado nega que os efeitos da pandemia sejam justificativa para o adiamento. “Só quem sabe da decisão de quando isso vai acabar é Deus”, disse. O partido tem 41 deputados e está empatado com o PSL como a segunda maior bancada da Câmara.
De acordo com ele, não é uma questão de data, mas de “como fazer” a eleição. “Vemos aí exemplos como os Estados Unidos, que irão realizar eleições nos próximos dias”.
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Deputados do partido ouvidos pelo Congresso em Foco afirmam que o pano de fundo da insatisfação da sigla com a PEC é o fato de não haver um compromisso claro de votar um projeto de lei do senador Jorginho Mello (PL-SC), que resgata as propagandas partidárias veiculadas em anos não eleitorais.
O projeto que traz de volta a propaganda tem críticos no Senado, um deles é o líder do PSL, Major Olímpio (SP). “Não tem o menor cabimento você trazer de volta a propaganda partidária para se votar o adiamento de eleições, num momento de pandemia. Um total absurdo. O que precisa votar neste momento é o adiamento das eleições, necessário em função da pandemia”, disse por meio do Twitter.
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PP e Republicanos também estavam resistentes a apoiar o adiamento das eleições, mas mudaram de posição no início desta semana após acordo para votar uma medida provisória que pode transferir R$ 5 bilhões para estados e municípios.
Deputados são mais suscetíveis às pressões de prefeitos do que os senadores. O adiamento da eleição para um período dentro deste ano pode trazer desgaste aos candidatos a reeleição, já que suas administrações ficam afetadas de forma mais prolongada aos efeitos negativos da pandemia.
Como forma de mitigar essa resistência, Maia negocia aprovar a Medida Provisória 938/2020, que faz uma compensação das perdas de receitas com os repasses dos Fundos de Participação de Estados e Municípios (FPE e FPM).
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