Nesta sexta-feira (15), a Polícia Civil do Paraná divulgou as conclusões do inquérito sobre o assassinato do dirigente do PT em Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda, abatido a tiros por um fanático bolsonarista no sábado, 9 de julho.
As conclusões da polícia apontam o motivo torpe do crime, mas descartam motivação política e premeditação — ainda que deixem claro que o assassino, bolsonarista declarado, foi à festa de aniversário de Marcelo após saber que lá se realizava uma comemoração com temática petista.
Independentemente do resultado do inquérito, não há dúvida de que Marcelo Arruda — pai de quatro filhos, servidor municipal, dirigente sindical e tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu — foi morto por alguém envenenado pelo ódio que a extrema-direita insiste em converter em ferramenta política.
Também não resta dúvida de que o assassinato de Marcelo é o paroxismo, mas não um fato isolado, nessa escalada de violência que vem sendo cevada por Bolsonaro e sua caterva.
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O crime de Foz do Iguaçu foi um estertor que congregou democratas de todos os matizes na repulsa e condenação da violência. E, entre esses democratas, estão antipetistas históricos.
Apesar da fabricação que pretende rasgar o Brasil entre “nós de um lado, petistas do outro”, nosso País se divide mesmo entre os que quererem viver em paz, concordando ou discordando, e a súcia hidrófoba que vê a violência como meio de vida — em todos os sentidos.
Basta ver que a violência de inspiração política tem como alvo, sempre, os democratas, a esquerda e os segmentos progressistas. Os exemplos se enfileiram ante nossos olhos, antes mesmo de esse projeto de morte e desagregação que tem Bolsonaro como estandarte chegar ao Planalto.
Foi o ódio cuidadosamente cultivado por essa gente que fuzilou Marielle Franco e Aderson Gomes, em 14 de março de 2018. A fúria da intolerância também escoltou a mão que desferiu as 12 facadas nas costas do músico e capoeirista Moa do Katendê, em outubro daquele mesmo ano — porque Moa votou e declarou voto em Haddad.
O ódio da extrema direita foi o motor dos tiros disparados contra o ônibus da caravana do presidente Lula, no Paraná. Foi a inspiração para o ataque de um drone, lançando substâncias químicas contra uma concentração em apoio a Lula em Minas, e para a bomba atirada sobre a manifestação com Lula e Alkmin na Cinelândia.
Esses atos têm um objetivo principal: acanhar a livre manifestação de opinião, intimidar quem não abraça o ideário de extrema-direita, encurralar os que não veneram o “mito”. E isso se chama terrorismo.
Não somos nós, petistas, que precisamos de proteção contra essa gente. Porque o alvo é muito maior do que nós. O alvo é a democracia.
Felizmente, a ameaça à democracia foi percebida em todos os quadrantes saudáveis da política. Mais do que prender um ou outro maluco, a vasta maioria da sociedade brasileira compreendeu que é preciso uma resposta vigorosa, que vá ao cerne da questão.
O Brasil não será um país tocado pelas armas, como um rebanho. Não é nossa índole, não é nossa vocação, não é nosso destino.
Sem democracia não há paz.
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