Dia desses li que “um professor é verbal ou fisicamente agredido a cada sete minutos na Inglaterra; desses, 25% se declararam vítimas de lesões corporais”. Na notícia lia-se ainda que “professores se disseram vítimas de socos e chutes de crianças de apenas sete anos de idade”.
Não discrepa o Japão: “Um estudo revelou que o número de agressões a professores cresceu 38%. As agressões incluem segurar os professores pelo pescoço e jogar cadeiras neles”.
E na Alemanha? Cito o caso de alunos que invadiram uma sala de aula e deram uma surra no professor só para roubar-lhe a pauta de correções de provas (eles haviam tirado notas baixas).
Pois é: a criançada está feroz! E não é só nas escolas. Na Romênia, um garoto de nove anos foi internado pela quarta vez no hospital Grigore Alexandrescu, de Bucareste, por overdose de heroína. Os médicos declararam que “quase todos os menores que se drogam têm pais com condições financeiras acima da média”, e informaram que apenas naquele hospital são registrados anualmente uns 1,3 mil casos de coma entre crianças devido ao consumo de drogas.
Resta claro, pois, ser o problema mundial e muito sério. Como explicá-lo? Talvez o início da resposta esteja em um editorial do jornal The Japan Times: “A urbanização e o colapso da convivência familiar privaram as crianças de espaços físicos e sociais onde eles se sentiam queridos e onde podiam desenvolver amizades. E os pais estão tão preocupados com o tempo e perturbados pelo trabalho que já quase não interagem com seus filhos. Muitas crianças que se tornam violentas carregam um profundo sentimento de terem sido negligenciadas ou ignoradas”.
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Some-se a isso um alerta da Associação Americana de Psicologia no sentido de que antes de completarem o 1º grau as crianças norte-americanas já viram 8 mil assassinatos e 100 mil atos de violência na TV. Complementarmente, a Escola de Medicina de Nova York comprovou que crianças que assistem cenas de violência e jogam videogames violentos são 11 vezes mais propensas a apresentarem comportamentos agressivos.
Aí a conta fica simples – é só somar os fatores acima expostos, chegar ao resultado de que nosso modelo de sociedade está defeituoso e dar razão a Joubert, quando exclamava que “as crianças têm mais necessidade de modelos do que de críticas”.
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