O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou que o país entrará novamente em isolamento total por conta dos aumentos dos casos de covid-19 no país, e assim permanecerá até pelo menos o dia 2 de dezembro. O anúncio ocorreu em pronunciamento na noite deste sábado (31) no horário de Londres, final da tarde no horário de Brasília.
As medidas serão tomadas a partir da próxima quinta-feira (5). A partir dessa data, comércios considerados como “não essenciais” como bares e restaurantes permanecerão fechados em todo o Reino Unido. Saídas a locais públicos só poderão ocorrer para atividades específicas como compras, trabalho ou idas à escola e universidades – que permanecerão abertas.
Segundo Johnson, que é membro do partido conservador britânico, as medidas mais duras estão sendo tomadas para evitar uma segunda onda de casos da doença – que pode mais grave que a primeira. “Temos que ser humildes em frente à natureza”, disse o líder parlamentar. “E neste país, assim como em grande parte da Europa, o vírus está se espalhando ainda mais rápido que o pior cenário desenhado por nossos conselheiros científicos.”
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O primeiro-ministro concluiu que, a não ser que o país tome ações enérgicas, “podemos ver as mortes chegando a vários milhares por dia, um pico de mortalidade maior do que o que vimos em abril.”
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O Reino Unido foi um dos países europeus mais severamente atingidos durante a primeira onda de covid-19, ainda no primeiro semestre. Boris Johnson, à época, chegou a minimizar o alcance da pandemia, e chegou a sugerir que o país adotasse a chamada imunidade de rebanho – quando um grupo de pessoas fica imune a um vírus depois de certo número de casos, o que poderia ocorrer ao custo de um alto número de mortos.
PublicidadeJohnson mudou sua postura após ele próprio ficar contaminado e ser internado pelo sistema público de saúde do país. Na última semana, o aumento de casos da doença forçou medidas restritivas em países como Espanha, França, Tchéquia e agora o Reino Unido.
Johnson afirmou que as medidas durarão até o início de dezembro, mas que os seus efeitos deverão durar mais tempo. “O Natal vai ser diferente esse ano, talvez muito diferente”, reconheceu o premiê britânico, “mas é minha sincera esperança e crença que, tomando ações duras, poderemos permitir que famílias em todo o país possam ficar juntas.”
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