1. Eu parto do princípio que, se não gerar inquietude, não vale a pena!!! Fui convidada para falar sobre o ChatGPT. Então eu pensei, mais do mesmo! Se todo mundo está falando disso, porque eu, Beth, teria algo a dizer?
Então, eu resolvi perguntar!!!
Assim, o nome desse comentário é: 15 e tantas perguntas sobre o chatGPT!
- Será mesmo que um robô que reorganiza tudo que está na internet vai mudar as nossas vidas?
- Por que será que o Elon Musk, que diz morrer de medo da inteligência artificial, se distanciou da iniciativa, a qual ajudou a criar, no projeto da OpenIA?
Uma boa pergunta é: essa plataforma será acessível a todos?
- Por que será que o chat começou com uma versão gratuita que agora trava e é preciso pagar para utilizar a plataforma?
- Será que não temos na internet outras ferramentas que fazem as coisas por nós, ou seja, que podemos copiar imagens, textos, informações, dados, infográficos, como se fossem novos, e o nome disso é colagem, ou, melhor, plágio, ou seja, falar exatamente aquilo que alguém falou sem dizer a fonte?
- Será que o ChatGPT é a evolução do plágio, a naturalização do plágio, a massificação do plágio em escala interestelar?
- Será que o Chat vai ser o nosso aspone, ou seja, o nosso assessor especialista, como diz um colega da Consultoria da Câmara, ou vai substituir a minha livre expressão, o meu pensamento, a minha capacidade de criação, porque, afinal, pensar é hábito, é rotina, é estímulo, é motivação?
- Será que o ChatGPT está livre dos vieses dos textos dos quais ele se baseia, todos os tipos de vieses, ideológicos, de raça, de cor, de preconceito, de crenças que separam, que excluem, que segregam, que condenam e julgam?
- Será que o ChatGPT representa o fim da academia, dos textos autorais, da pesquisa científica, da originalidade, da cientificidade, uma vez que os textos são ali uma releitura suficiente para o aluno passar de ano mesmo que seja um aluno preguiçoso?
- Será que o ChatGPT vai destruir o amor, o romantismo dos namorados que criam poesias verdadeiras, dos artistas que passam a gerar músicas automáticas, dos filósofos que analisam teorias que não são mais inéditas, e tudo agora com a interface de uma inteligência artificial que impressiona, mas que é bem básica?
- Será que o ChatGPT representa a minha ideologia ou a minha cultura ou a ideologia da Microsoft, do Bill Gates, dono da empresa?
- Será que o ChatGPT vai representar o fim do Google, porque queima a etapa da pesquisa e já me entrega o produto prontinho, prontinho, sem nenhuma trabalheira?
- Será o ChatGPT uma nova ferramenta da colonização cultural à qual estamos submetidos pela indústria do entretenimento, agora aumentada pelo alastramento das redes sociais e o seu infoentretenimento?
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E as redes sociais, como ficam?
- Será que o ChatGPT vai quebrar as redes sociais, pois vamos perder o interesse no exibicionismo digital? OU vai quebrar a indústria de artigos científicos pagos que evitam a verdadeira democratização do conhecimento?
- Será que o ChatGPT é um problema, como diz a especialista em tecnologia Nina da Hora no podcast O Assunto, da Globonews, ou ele se apresenta como uma solução, ainda que ataque os direitos autorais e se sustente no mercado da internet, ou seja, quem tem a informação e sabe como ela é processada são as plataformas, as big techs, e eu sou um mero coadjuvante? E a privacidade, cadê a privacidade?
- Será que o ChatGPT será uma ameaça para nós, humanos, na medida em que ele pode ser um propagador de campanhas de difamação que jogam por terra a minha e a sua reputação, sem direito de defesa, pois me digam aí, a quem eu vou processar se o ChatGPT falar mal de mim, negar o meu passado ou se eu me sentir ferida na minha integridade?
- Será que teremos uma versão genuinamente em português para o ChatGPT, cujo sistema foi alimentado na língua dos colonizadores, a língua da sociedade imperialista? Já percebeu como ele funciona muito melhor em inglês?
- Será que as empresas vão colocar filtros para o que é verdade e o que é desinformação?
- Como eu faço para ser mais inteligente que o ChatGPT para saber que aquela informação é imprecisa ou equivocada? Se eu souber mais do que o ChatGPT, eu não preciso dele, está correto?
- Quem controla uma máquina que aprende sozinha e que foi treinada para não errar e para respeitar os padrões morais, éticos e o politicamente correto da sociedade? E de que sociedade estamos, de verdade, falando?!
Você tentou fazer essas perguntas ao ChatGPT?
Bem, eu poderia chegar a 50 perguntas, e poderia fazer todas essas perguntas ao ChatGPT. Poderia perguntar se, entre a minha vida ou a vida do ChatGPT, quem ele escolheria, como assisti num vídeo da internet, como sinal de que os filmes de ficção, em que as máquinas ameaçam a vida humana, podem estar mais próximos da realidade do que nunca.
Eu adoro essas teorias da ficção, mas não poderia virr neste programa dar respostas que, ao que tudo indica, na atualidade, apenas o ChatGPT tem.
Assim, eu me calo nas respostas. Quem responde aqui é a máquina.
A minha única preocupação é: como fica a concorrência, a criatividade, a inventividade, a inovação, se o revolucionário ChatGPT consumiu mais de 20 bilhões de dólares. Quem é capaz de tirar do bolso tal soma para criar a evolução do ChatGPT. A isso, eu diria que é o ChatGPT é impressionante, magnifico, mas isso não elimina o fato de que ele é a expressão máxima de que a democracia digital está longe, e de que quem manda nessa coisa toda são os mesmos, sempre os mesmos… Ou seja, que venha a inteligência artificial dos gigantes. Adeus soberania digital, que é a capacidade de termos autonomia sobre o desenvolvimento e uso dessa tecnologia que está aí para todos nós. Até breve. Ou até nunca mais.
O comentário no Papo de Futuro vai ao ar originalmente pela Rádio Câmara, às terças-feiras, às 8h, em 96,9 FM Brasília.
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